contos sol e lua

contos sol e lua

domingo, 4 de outubro de 2009

Essa parte da história........


Se passa em Grayrose, mais em suas vielas do que em cômodos protegidos do frio e dos perigos, e tem uma perspectiva diferente em relação ao oriente. Aqui o tempo passa rapidamente para as pessoas assim como a efemeridade de suas vidas e a visão que antes era calma e mais extensa passa a ser curta e conturbada.
Dois anos se passaram sem sucesso e a vida de um camponês se transformou na vida de um marginal da sociedade que foi obrigado a sobreviver de trabalhos pouco compensáveis. O idioma não havia sido bem dominado, mas poderia conversar com qualquer pessoa que não fizesse uso de gírias ou norma culta. O investimento de seu tempo em bibliotecas e pesquisas foi vital. Quanto a jovem, residia em algum lugar da área nobre, quase nunca era vista, mas já tinha uma menina de colo deveria ter menos de dois anos, o nome da menina era Mia Isaki. O esposo da jovem era representante comercial de um grande empresário na cidade. Por trás de suas atividades legais havia negócios sujos de agiotagem e contrabando de ópio a troco de armas para o governo Chinês.
Durante alguns meses Woo se comunicou com a jovem secretamente graças a um pombo que levava mensagens em sua pata. Nas respostas ela contava acerca de sua infelicidade, como suas escolhas levaram-na a um meio decadente e ela imaginava como sua filha cresceria cercada de mimos, de dinheiro sujo e de uma má educação. Desejava fugir, mas era quase impossível, estava sempre vigiada por seguranças do esposo que já tinha até inimigos na cidade. Mesmo relatada essa situação que beirava o impossível decidiram fugir. Iriam clandestinamente em um avião de volta para a China numa manhã de sábado. Mas o destino, como sempre, foi incerto... Um dos empregados teria visto Woo se encontrando com a jovem em um local pré-estabelecido e comunicado ao marido dela. Ele por sua vez preparou uma emboscada no aeroporto e surpreendeu os dois que se preparavam para embarcar. Levados pelos seguranças, eles foram separados e colocados um em cada carro. No primeiro estava o casal e deveria ir direto para casa, no segundo estava Woo que deveria ser levado ao consulado e enviado para a China e ser julgado pelas leis do país. Mas naquele dia os dois carros foram cercados quando saíam do aeroporto por algum rival dos negócios sujos. Houve troca de tiros e a maioria dos que estavam nos dois carros morreram, entre elas o casal. A criança estava bem embora assustada. O corpo da mãe havia protegido a criança das balas e a segurava de tal forma que cobria todo o corpo da pequena. A polícia chegou pouco depois e os assassinos fugiram quase totalmente ilesos. Woo, ferido gravemente, foi levado para um hospital. A criança não se sabia ao certo, mas provavelmente voltaria para a China para ser cuidada pelos parentes mais próximos, ou seria encaminhada para um orfanato na ausência de algum. Alguns meses depois Woo era enviado de volta para a China e seria julgado por seus crimes. O paradeiro da menina era desconhecido.
Cerca de um ano e meio depois Woo era libertado da prisão após trabalhos forçados e as chibatadas. Deveria trabalhar sete anos em liberdade condicional, tanto no campo quanto distribuindo alimentos em pequenas comunidades. E foi numa dessas comunidades, para que a teia do destino se fechasse, que Woo encontrou Mia. Ela vivia num pequeno orfanato sendo cuidada por uma senhora muito idosa e gentil. Já tinha cerca de três a quatro anos e era uma menina muita calada, nunca havia sorrido até aquele dia e por alguma razão sabia o nome de Woo sem mesmo tê-lo visto antes. A senhora sabia que havia alguma relação entre os dois e surpresa ficou quando Woo disse que nunca haviam se encontrado nessa vida. Ele explicou então grande parte de sua história a senhora que de bom grado concedeu a guarda da pequena Mia. Naquele dia uma menina calada saiu dali com um sorriso e Woo saiu com a certeza que o destino reservava muito para suas vidas.

Nenhum comentário: