quinta-feira, 10 de novembro de 2011

As Palavras sem Rosto.


Sinto que há certas coisas que nunca poderão ficar claras;
não há palavras adequadas para elas; contudo, essas coisas existem.

Krishnamurti.

Há coisas que pertencem ao reino da alma, lá, onde moram as coisas indizíveis, as que sentimos como verdadeiras e eternas.

As palavras foram inventadas para nomear as coisas concretas; o visível torna-se dizível, portanto. Mas outras há para as quais as palavras ficam sempre aquém. Se os sentidos ao menos pudessem ver-lhes a substância, provavelmente torná-las-iam dizíveis, explicáveis, sossegando a alma inquieta. Também escapam à razão que não consegue capturá-las, esquadrinhá-las, estudá-las, dar-lhes uma identidade.

Depois de tentar infrutiferamente traduzir o indizível, aprendemos que nunca conseguiremos nomeá-lo com precisão. Ele não existe para ser pensado, mas para ser sentido.

Ana M. Martins

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