quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Escutando o Rio a Fluir...


Há tempos que são de espera. Nada nos pedem. Nada nos querem dizer. Nada acontece de novo. Desconcertante. Fomos educados para produzir. Fazer muitas coisas. Queremos mudar. Experimentar emoções diferentes.

A casa do silêncio é ampla. Sentimo-nos sós. Perdidos. Forçamos o tempo. Distraímo-nos. Ocupamo-nos. Apressamo-nos a ir para algum lado. O tempo responde-nos com o silêncio. Porque há tempos que são de escuta. De imobilidade. Voltamos, de novo, ao ponto de partida.

A cada um o tempo de espera ensina coisas diversas, mas a todos deixa os mesmos recados: aprender a estar imóvel; nem tudo depende inteiramente de nós.

Se estás nesse tempo, senta-te e escuta o rio que flui. Não para ouvir o que ele tem para te dizer, mas para escutares o que a tua alma tem para lhe contar.

Nesse momento, desenhar-se-á um novo tempo. Conciliador. Entre o que aprendeste sobre ti e o que o mundo te preparou.

No tempo fértil, serás, então, convidado a sair da casa do silêncio e a desenhar novos gestos no dia claro.
Maria Coriel.

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