domingo, 27 de fevereiro de 2011

DEUSA IDUN.


Idun era uma encantadora Deusa Aesir nórdica que tinha a mesma função de Hebe para os gregos: alimentar os deuses com suas maçãs douradas. A Deusa era considerada a personificação da primavera e da juventude eterna. Alguns autores pesquisados, admitem ser Idun filha de Ivaldi, o anão da terra e sua mãe o sol. Já outros, afirmam que ela não tinha nascido e portanto, nunca morreria. Foi muito bem-vinda pelos deuses, pelo fato de ter se casado com Bragi, o deus da poesia e filho de Odin.
Em agradecimento a tão calorosa acolhida, Idun prometeu aos deuses presenteá-los diáriamente com suas maravilhosas maçãs que tinham o poder de outorgar juventude e beleza eterna a todos aqueles que a saboreassem. Graças a esta fruta mágica, os deuses que não eram imortais, evitaram o passar do tempo e enfermidades, se mantendo jovens e belos durante inumeráveis décadas. Conseqüentemente, estas maçãs despertaram muito interesse e Idun as trancava cuidadosamente em seu cofre mágico. Não importava o número que distribuísse, pois as maçãs sempre eram magicamente multiplicadas.

O RAPTO DE IDUN.
Um certo dia, Odin resolveu fazer uma viagem além da fortaleza de Asgard. Foram com ele Hoener e Loki. Muito embora Loki geralmente criasse muitos problemas, suas mágicas e jogos eram muito divertidos, especialmente quando a jornada era longa.
Após se deslocarem o dia inteiro, atravessando florestas escuras e escalando elevadas montanhas, resolveram descansar no vale dos carvalhos. Lá fizera uma fogueira e saíram a procura de caça. A sorte sorriu para eles, pois encontraram um rebanho de bois pastando. Mataram um e colocaram-no no fogo para cozinhar. Após um longo tempo assando, a carne ainda continuava crua quanto quando foi posta no fogo.
Uma enorme águia pousou na copa de uma árvore e observou o que ocorria e em seguida propôs um negócio com os deuses. Se eles deixassem que ela fosse a primeira a comer, o boi seria cozido. Os deuses concordaram, pois não havia outra alternativa. A águia então voou para baixo e arrebatou o caldeirão onde o boi estava cozinhando. Aterrizou mais adiante e passou a comer com voracidade.
Loki em fúria com o roubo da refeição, pegou uma estaca e lançou-se contra a águia. Entretanto, o pássaro não era uma simples águia, mas se tratava do gigante Thiazi, que tinha tomado tal forma. Loki não conseguiu tirar sua mão da estaca e a águia carregou-o pelos ares, arrastando-o por montanhas e penhascos, ao ponto de que Loki acreditou que iria arrancar seus braços. Quando a águia pousou, o deus implorou-lhe para que o deixasse ir, mas Thiazi só o liberaria se jurasse lhe entregar a encantadora Idun juntamente com a caixa de suas maçãs mágicas. Loki aceitou e regressou para junto de seus companheiros, que depois dos recentes acontecimentos, resolveram voltar a Asgard.
Logo ao chegar, Loki foi visitar Idun, a quem enganou assegurando-lhe que havia encontrado um bosque onde cresciam maçãs melhores que as suas e a convidou para vê-las. Idun aceitou e tomou sua caixa dourada onde guardava suas maçãs e foi com Loki ao tal bosque. Thiazi os esperava oculto entre as árvores e ao ver Idun se aremessou contra ela, disfarçado de águia, a tomou entre suas garras, levando-a até Jotunheim, a Terra dos Gigantes.
Os deuses nórdicos não eram imortais e precisavam das maçãs para sobreviverem. As divindades então, começaram imediatamente a envelhecer e enfraquecer. Reuniram-se então para discutir o problema e pediram informações sobre o paradeiro de Idun e souberam que a última vez a ser vista estava em companhia de Loki. Ao interrogá-lo descobriram o rapto da Deusa e ameaçaram Loki com tortura e morte, caso não encontrasse uma maneira de trazê-la de volta.
Loki pede a Frigga suas vestes de falcão e voa até a casa do gigante Thiazi, que retinha Idun. Encontra a Deusa só, já que o gigante havia saído para pescar. Rapidamente Loki transforma Idun em uma noz e leva-a em seu bico de volta à Asgard. Mas quando Thiazi encontra a casa vazia, toma a forma de águia e voa atrás deles. Próximo de Asgard, os deuses vêem a dramática perseguição e acendem uma enorme fogueira que queima as asas da águia. Já no solo, conseguem matar o gigante.
Este história é uma parábola, onde o Deus do Inverno (Thiazi) seqüestra a Deusa da Vegetação (Idun). Como em muitos mitos nórdico, o Deus Loki, que representa o vento quente de verão, é um o seu principal antagonista. Idun, afastada de Asgard é metáfora da morte da terra com a chegada do inverno.
Idun que retorna como uma noz ou uma andorinha, sImboliza o retorno da Primavera. Na história, está representada pela rejuvenescimento dos deuses.
O tema das maçãs douradas, como fruto da imortalidade, também aparece na mitologia grega e crescem no Jardim das Hespérides.
Associada a TERRA, Idun pode ser invocada para a saúde e renovação da vida.

DEUSA DA PRIMAVERA CAI EM NIFLHEIM.
Um segundo mito, inicia quando Idun senta-se na árvore de Yggdrasil. De repente ela desmaia e caiu em Niflheim, o mais profundo subterrâneo. Lá chegando, congelou de medo, ao contemplar as horríveis vistas do reino de Hel. Preocupados, os deuses foram em busca dela. Odin deu-lhes a pele de lobo branco para aquecê-la. Quando foi encontrada, não conseguia mais falar nem mover-se. Os deuses a cobriram com a pele do lobo e partiram. Entretanto, seu marido Bragi recusou-se a deixá-la e com sua harpa canta para ela.
Esta história é igualmente uma parábola do inverno. Idun ao cair da árvore de Yggdrasil, dá passagem para o outono. A desolação toma conta da terra e a neve (pele do lobo branco) a cobre. Seu marido, o deus da eloqüência com sua harpa, representa os pássaros que cantam com a aproximação do verão.

SIMBOLISMO DA MAÇÃ E ANTIGAS SIMPATIAS.
Árvores de maçãs e maçãs foram e ainda são parte importante do folclore do mundo. Quase universal, a maçã é símbolo de sabedoria e imortalidade.
Na história bíblica, a maçã era o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Quando Adão provou da fruta, perdeu sua inocência e foi expulso do paraíso.
A maçã dourada também foi um elemento positivo para garantir a união entre Hipômenes e Atalanta. O jovem jogou três frutos durante uma disputa com Atalanta; se vencesse a corrida casaria-se com ela, se perdesse, seria morto. Graças as maçãs douradas, que distraíram a atenção da moça, o jovem venceu a donzela e o casamento se realizou.
Na mitologia céltica, a maçã está ligada a um espaço específico: a ilha de Avalon, local de abundância e imortalidade. Os gregos já imaginavam essa ilha com um clima ameno e aprazível, cercada por árvores frutíferas e fontes para onde os heróis eleitos se dirigiam sem jamais morrer. Avalon, a Ilha das Maçãs, era, de acordo com as descrições da "Vita Merlini" de Geoffroy de Monmouth (século XII) uma ilha tão abundante que ao invés de grama o chão era coberto por frutos.
Para os nórdicos, destruir um pomar de maçãs era quase um sacrilégio e dizia-se que se fosse destruído, outra colheita nunca prosperaria.
Uma simpatia que era muito realizada na noite de Samhaim (31 de outubro), pelas jovens solteiras, consistia em amarrar uma maçã a uma corda e girá-la em torno da fogueira. A maçã que primeiro caísse no fogo, seria daquela que mais rápido contrairia núpcias.
Outra simpatia era a de descascar a maçã de modo a formar uma tira longa, que deveria ser lançada para trás sobre o ombro esquerdo. A forma feita pela casca, mostraria a inicial do futuro esposo.
Uma velha cura para verrugas, estabelecia que se deveria cortar uma maçã em tantas partes quantas verrugas houvessem. Depois se friccionava cada pedaço da maçã à sua verruga correspondente. Depois, deviam ser enterradas tais partes na terra.
Quando cortada transversalmente, o centro da maçã revela uma estrela de cinco pontas, o pentagrama. Provavelmente foi através da visualização desta imagem que o símbolo sagrado se originou.
A maçã aparece também na mitologia nórdica associada ao amor e a fertilidade. As mulheres de Kirghizstan esfregavam-se em árvores de maçãs para conceber.
Árvores de maçãs eram plantadas depois do nascimento de um filho homem, se ela se desenvolvesse bem, assim seria a vida do menino.
Se uma jovem tivesse muitos pretendentes e quisesse escolher um para casar, deveria remover as sementes da maçã e jogá-las ao fogo, recitando o nome de um dos rapazes para cada uma delas. Se a semente estalasse, deveria casar com esse homem.
As flores e sementes de maçã podem ser usados nos incensos para invocar e honrar as Deusas: Idun, Afrodite, Ceridwenn, Morgana, Hespérides, Flora, Godiva, Inanna, Deméter. Varas de maçã são usadas em Beltane e na mágica do amor. As flores podem ser usadas como decoração, a fruta pode se transformar em deliciosos bolos e a cidra pode ser usada para substituir o vinho nos rituais. Se você tiver árvores de maçãs realize o ritual de Yule em torno delas. Derrame cidra e deixe oferendas de bolos ao pé de suas raízes. Tal rito, substitui a antiga prática de derramar sangue nelas, que era um dos atos do ritual de fertilização.
A maçã é ainda, um símbolo importante nas iniciações, pois representam a morte e um renascimento metafórico da Deusa.
Deusa Idun chega até nossas vidas para nos dizer que é hora de alimentarmos nossa consciência com mais abundância. Não devemos passar por este mundo sem almejar a ilimitada abundância. Idun diz que a abundância é difícil de ser percebida quando a carência, a pobreza e a escassez dominam a consciência.
Abra-se para o fluxo da abundância e deixe que ela permeie sua vida. Quando você se abrir para este fluxo, tornar-se-á parte dele e o atrairá para junto de si. Conscientize a abundância em todos os aspectos de sua vida: no amor, na saúde, na beleza, no talento, no humor, etc. A partir de hoje, a palavra de ordem é não
Rosane Volpatto.

Anões e Gnomos.


Os anões e os gnomos são os donos da terra, do solo e do subsolo e seu aspecto muitas vezes repulsivo não é mais do que o reflexo da matéria bruta e primária de que são hóspedes e guardiões. Podem até serem qualificados de feios, mas são muito sábios.

Por sua etimologia, a palavra gnomo significa o que sabe e também o que vive no interior da terra. Na Alemanha, a palavra gnomem foi tomada da França no século XIII. Entretanto, desde o século XI os montanheses balconeses evitavam as cavernas exploradas pelos gnomos. Esse pequeno povo que habitava as moradas subterrâneas, assegurava a germinação das plantas, escavavam galerias em busca de minerais, vigiavam o crescimento das pedras preciosas e guardavam os tesouros enterrados. São tradicionalmente excelentes ferreiros, admiráveis fabricantes de jóias e artesãos de espadas tão fortes e rápidas que torna invencível quem as usa.
Nas lendas do folclore popular, são os anões e os gnomos que guiam e protegem os mineiros, os exploradores subterrâneos e metalúrgicos. São associados as divindades da forja e dos Infernos como o deus grego Hefesto, que forjou o raio de Zeus.
Gnomos e anões vivem no coração da matéria mais densa, mais pesada e sua missão consiste em organizar a matéria bruta, refiná-la, limpá-la e unificá-la antes de sua saída para a terra.
Seja qual for sua origem, real ou sobrenatural, elemental ou demoníaca, os anões e os gnomos existem, com nomes diferentes, em todos os países e todas as culturas, inclusive no Brasil. Na França chamam-se de gobelins, na Escócia de browales, na Irlanda de cluricaunes, na Suécia de taitters ou tomtes, na Islândia trolls, na Noruega e na Dinamarca de pruccas ou pwcca, no País de Gales de klabbers, dauniessies, hobgoblis, na Espanha de grasgos ou trasgos, na Suiça de servants e na Alemanha de nis-kobolds.
Anões e gnomos são divindades minúsculas da forja e da mina, portanto, seres da noite e das cavernas.
Na origem do mundo, segundo as lendas nórdicas reunidas em a Edda, quando os deuses, os Ases, desmembraram o corpo do grande gigante Ymir para fazer com ele o céu, a terra, as nuvens, os bosques e os oceanos, quatro anões foram dispostos nos quatro cantos do firmamento para sustentar a cúpula celeste durante todo o tempo que durar o universo.
O anões, assim como os elfos, tiveram origem nos vermes formigantes do cadáver em decomposição de Ymir e a maioria deles foi morar nas profundezas da terra, em Niflheim, a Morada dos Mortos e também em Svartalfaheim, o reino dos elfos negros que haviam abdicado da luz do sol e jamais abandonariam suas tenebrosas moradas subterrâneas. Esses anões originais eram ferreiros dos deuses, que possuíam a habilidade de fabricar ferramentas mágicas e armas invencíveis.
Para alcançar a sombria morada dos anões era necessário passar por cima de Bifrost, a ponte do arco-íris que unia Niflheim, o Reino dos Anões, Midgard, a terra, o Reino Médio, e Asgard, o céu, a Cidadela Divina. Raro eram os que se aventuravam por este ponte multicolorida, cuja cor vermelha correspondia a barreira intransponível de um fogo ardente, que evitava que os gigantes das montanhas chegassem ao céu. Somente Loki, o deus do fogo, era um hóspede freqüente desse pequeno povo. Entretanto, Loki era astuto e pérfido e constantemente punha os deuses nas maiores dificuldades, tanto que era chamado de o caluniador dos Ases.
Com a giganta Angrboda a que anuncia a desgraça, Loki teve três filhos: um lobo monstro chamado Fenrir, a serpente Midgard, que vive no mar que rodeia a terra e Hel, a guardiã da morada dos mortos situada em Niflheim. Os deuses Ases, a princípio, acolheram o lobo em sua casa e o alimentaram. Entretanto, o lobo cresceu tanto em força e tamanho e umas profecias anunciavam que um dia devoraria o mundo com seus dentes de ferro. Por isso, os deuses decidiram amarrá-lo a fim de reduzir sua capacidade de destruição. Confeccionaram uma forte atadura, que se rompeu logo que o lobo foi envolvida nela. Então foi forjada uma segunda, que novamente não foi suficiente para imobilizar Fenrir. Os Ases começaram a se desesperar, pois não achavam possível dominar o lobo, cujo vigor só aumentava. Tiveram então a sábia idéia de recorrer aos anões, cuja a arte e habilidade associada a magia os tornavam insuperáveis. Eles, que sempre sofriam depreciação por causa de sua pequena estatura e feio aspecto, trataram de agradar os deuses e forjaram uma atadura mágica que chamaram de Gleipnir. Dizia-se que a Gleipnir foi criada com a utilização de seis ingredientes: o ruído do passo dos gatos, a barba das mulheres, as raízes das montanhas, os tendões dos ossos, o alento do peixe e a saliva dos pássaros. Esses ingredientes eram tão raros e impalpáveis como poderosos, pois sabemos que as mulheres não têm barba, o passo do gato não provoca ruído e não há raízes debaixo das montanhas.
A atadura mágica era lisa e flexível como uma cinta de seda, mas com uma solidez a toda prova e conseguiu prender o imenso e raivoso lobo Fenrir.
A lenda dos gnomos foi introduzida na Europa no princípio do século XVI por autores como Pico de la Mirándola, Marsilio Ficino, Paracelso, Jerônimo Cardam e Reuchlin.
Rosane Valpatto.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Espírito da Terra.


Muitos de nós andamos pela terra e vemos apenas uma massa aparentemente morta, mas um dos primeiros fatos revelados a nossa consciência pela iniciação é a realidade vivente do Espírito da Terra. Como a superfície do corpo é morta em comparação com os órgãos internos, assim também o invólucro externo da terra, sendo incrustado, não dá idéia da maravilhosa atividade interna. No caminho da Iniciação são reveladas nove diferentes camadas, e no centro dessa esfera rolante nós nos deparamos com o Espírito da Terra, face a face. É bem verdade que ele está "gemendo e labutando" na terra por todos nós, trabalhando e ansiosamente esperando por nossa manifestação como Filhos de Deus, para que, como a alma que busca e que agora está confinado, por nossa causa.

Naturalmente, o Espírito da Terra não deve ser imaginado como sendo um homem muito grande, ou como tendo uma forma física que não seja a própria Terra. O corpo vital de Jesus, no qual o Espírito de Cristo foi enfocado ,muito antes de seu real ingresso na Terra, tem a forma humana comum; está protegido e é apresentado ao candidato em um certo ponto de sua marcha progressiva. Algum dia, em um futuro distante, ele abrigará novamente o benevolente Espírito de Cristo em Seu retorno do centro da Terra, quando nós nos tenhamos tornado etéricos e quando Ele estiver pronto para elevar-se a esferas superiores, deixando-nos para sermos ensinados pelo Pai, cuja religião será maior do que a religião cristã.

O mito de Fausto apresenta uma curiosa situação no encontro do herói, que é a alma que busca, com diversas classes de espíritos. O espírito de Fausto, inerentemente bom, sente-se atraído para as ordens superiores; sente-se afim com o benevolente Espírito da Terra, e lamenta a incapacidade para dete-lo e aprender com ele. Face a face com o Espírito de Negação que está muito desejoso de ensinar e servir, - em certo sentido, ele se considera mestre - ele sabe que esse espírito não pode sair, passando sobre o símbolo da estrela de cinco pontas, na posição em que está colocado no chão. Mas, tanto sua incapacidade para prender o Espírito da Terra e obter ensinamentos desse exaltado Ser, como seu domínio sobre o Espírito de Negação, decorrem do fato de ter entrado com eles por acaso e não pelo poder da alma desenvolvido internamente.

Quando Parsifal, o herói de outro desses grandes mitos da alma, visitou o Castelo do Graal pela primeira vez, foi-lhe perguntado como havia chegado lá, e ele respondeu "Eu não sei". Apenas aconteceu ele entrar no lugar sagrado, como uma alma que, algumas vezes, tem um vislumbre do reino celestial; mas ele não pode ficar em Mont Salvat. Foi forçado a sair novamente pelo mundo e aprender sua lição. Muitos anos depois ele voltou ao Castelo do Graal, desgastado e exausto com a busca, e a mesma pergunta foi-lhe feita: "Como chegou aqui?" Mas dessa vez sua resposta foi diferente, pois ele disse: "Através da busca e do sofrimento, eu vim."

Este é o ponto cardeal que marca a grande diferença entre pessoas que, por acaso, entram em contato com espírito dos reinos suprafísicos ou tropeçam na solução de uma Lei da Natureza, e as pessoas que, por diligentes pesquisas e principalmente por viverem a vida, alcançam a Iniciação consciente nos segredos da Natureza. As primeiras não sabem como usar inteligentemente estes poderes, e são portanto indefesas. As últimas são sempre donas das forças que controlam, enquanto que as outras são um joguete para quem quer que deseje aproveitar-se delas.Max Heindel.

NASCIDO DO FOGO:


Una-se a minha busca para deixar a vida transformada
Atravessando o mundo, ondas de destruição
Vomitando a morte com o mal, eu remexi
Acordando os mortos de suas tumbas
O amor torna-se luxúria, sensações que eu caí
Explorando os prazeres do pecado
Fazendo a melhor jogada
Ajustando as diferenças então eu venço

Desencadeando minha fúria incendiante
Máquina mortal potencial
Derrubo todos que obstruem meu caminho
Diversão, tudo isso é obsceno... nascido das chamas

Príncipe de toda escuridão
Ritualmente batizado nas chamas
O próximo ao trono, minha abominação
Espalhando horror por todo o império
Senhor da arte que controla os impuros
Herda as chaves da infâmia
Milhares de séculos eu agüentarei
Tirano de todas as profecias

Alguns tem me chamado de filho de satã
Um nome que não posso negar
Exercendo a fúria como ninguém
Muito vil para ser detido...nascido das chamas

Todas as coisas mortas devem ressuscitar
Quando o crepúsculo chegar
Respingado de vermelho você encontrará minha caverna
Sangue gotejando das paredes

Sonhos nascidos do desejo
Modelado e forjado dentro do fogo
Deformado, deturpado, desordenado eu vejo
O mundo é insanidade corrupta

Os sonhos possuem imagens atemorizantes
Queimando, não se pode escapar das brasas
Perdidos estão aqueles que confiaram no mentiroso
Filho de satã, eu nasci das chamas.Slayer.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Voar Sempre...

Passamos uma vida presos,
qual pássaros em suas gaiolas!

Medo de amar, de olhar a vida de frente...
E, naquele pequeno espaço,
cantamos nossas dores e sonhos!

Muitas vezes, as portas de nossas gaiolas se abrem...
Mas permanecemos ali, acostumados,
encolhidos as nossas vontades e sonhos!

Não tenha dúvida amigo,
à primeira oportunidade,
deve alçar o vôo dos falcões,
calma, confiante, determinada!
Ame sem medo,
brinque um pouco com a vida !
Não tenha medo dos rochedos e
sobre eles,estenda a sua asa
corajosa de falcões!
Solte-se ao vento,
e deixe-na,levá-la ao sonho!

Como o Condor,
tente enxergar as pequeninas
coisas a sua volta e saber apreciá-las,
dando um sentido novo a sua vida !
Não seja passarinho de gaiola,
mas, Falcões e Condores do céu !
A cada dia existe uma renovação constante,
e nunca um será como o outro...
Não há dores eternas,
lágrimas eternas, perdas eternas!
Há sorrisos,
esperando-lhe,
dias de sol, o abraço dos amigos,dos filhos e tantos sonhos lindos !

Um amor lhe espera,para com você, voar...voar ...
Porque a vida é um recomeçar diário de um vôo!

E, gaiolas não foram feitas para pássaros...
Tão pouco para Falcões !

O SOL E O VENTO....

O sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.
O vento disse:

- Provarei que sou o mais forte.
Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço?
Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.

O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.

O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava,
mais a mulher segurava o lenço junto a si.

Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.

Logo após, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.

Imediatamente ela esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço.

O sol disse, então, ao vento:

- Lembre-se disso:

"A gentileza e a amizade são sempre mais fortes que a fúria e a força."

[D. A.]

Forças de Períodos Diferentes.


No Período Lunar, o contato da esfera ardente com o Espaço frio gerou umidade e a batalha dos elementos começou em toda sua violência. A ardente bola de fogo tentava evaporar a umidade, empurrá-la para fora e criar um vácuo no qual preservasse sua integridade e ardesse tranqüila. Mas não há nem pode haver nenhum vazio na natureza, assim o vapor escapado condensou-se a uma certa distância da bola ardente e foi novamente enviado para dentro pelo frio do Espaço, para ser novamente evaporado e lançado para fora em um incessante vai e vem por eras e eras, como um volante entre as separadas Hierarquias de Espíritos que compõem os vários Reinos da Vida, representados na Esfera de Fogo e no Espaço Cósmico, que é uma expressão do Espírito Absoluto Homogêneo. Os Espíritos de Fogo estão, diligentemente, lutando para atingir um aumento de consciência. Mas o Absoluto repousa, sempre envolto na invisível roupagem do Espaço Cósmico. "Nele" todas as forças e possibilidades estão latentes e Ele procura desencorajar e impedir qualquer tentativa de desperdiçar forças latentes, como a energia dinâmica que é necessária para a evolução de um sistema solar. A água é o agente que Ele usou para extinguir o fogo de espíritos ativos. A zona entre o centro quente do separado Espírito da Esfera e o ponto onde sua atmosfera individual encontra o espaço Cósmico, é um campo de batalha de espíritos em desenvolvimento, em vários estados de evolução.

Os Anjos atuais eram humanos no Período Lunar e o mais graduado Iniciado é o Espírito Santo.

A nossa humanidade e os outros Reinos de Vida na Terra são diversamente afetados pelos elementos atuais e assim como alguns gostam de calor e outros preferem o frio, como alguns desenvolvem-se na umidade e outros necessitam de ambiente seco, assim também no Período Lunar, entre os Anjos, alguns tinham afinidades pela água, outros a detestavam e amavam o fogo.

Do ponto de vista ou ângulo Cósmico notamos que o Templo de Salomão é o Universo Solar, e Hiran Abiff, o Grande Mestre, é o Sol que viaja ao redor dos l2 Signos do Zodíaco, desempenhando aí o drama místico da Lenda Maçônica. No Equinócio da Primavera, o Sol deixa o aquoso Signo de Peixes, (no hemisfério norte) que é também feminino e dócil, pelo belicoso, marcial vigoroso e ígneo signo de Áries, o carneiro ou cordeiro, onde é exaltado em poder. Enche o Universo com um fogo criador que é imediatamente absorvido pelos inumeráveis bilhões de Espíritos da Natureza que, com isso, constróem o Templo do ano vindouro em florestas e pântanos. As forças de fecundação aplicadas às intocáveis sementes que dormitam no solo, fazem com que elas germinem e encham a terra de vegetação luxuriante, enquanto os Espíritos-grupo acasalam os animais e as aves que estão a seus cuidados, para que eles possam procriar e aumentar suficientemente, para conservar a fauna de nosso planeta na normalidade.

A Consciência Objetiva pela qual adquirimos conhecimento do mundo externo, depende do que percebemos por meio dos sentidos. A isto chamamos real, em contraposição aos nossos pensamentos e idéias que nos vêm através de nossa consciência interna: sua realidade não é aparente para nós da mesma maneira que o é de um livro, de uma mesa, ou de outros objetos visíveis ou tangíveis no espaço. Pensamentos e idéias parecem vagos e irreais, por isso falamos de um "mero" pensamento, ou de "apenas" uma idéia.

Contudo, as idéias e pensamentos de hoje têm diante de si uma evolução; estão destinados a tornarem-se tão reais, claros e tangíveis como quaisquer dos objetos do mundo externo que agora percebemos através dos sentidos físicos. Atualmente, quando pensamos em uma coisa ou uma cor, o quadro ou a cor apresentadas pela memória à nossa consciência interna, não é mais do que uma vaga sombra comparada com a coisa pensada.

No princípio do Período de Júpiter haverá uma notável mudança a este respeito. Depois, os quadros oníricos do Período Lunar voltarão, mas estarão sujeitos ao chamado do pensador, e não serão meras reproduções dos objetos externos. Assim, haverá uma combinação dos quadros do Período Lunar e dos pensamentos e idéias desenvolvidos conscientemente durante o Período Terrestre, isto é, será uma consciência pictórica consciente de Si.

Quando um homem do Período de Júpiter diz "vermelho", ou profere o nome de um objeto, uma reprodução clara e exata do determinado tom de vermelho sobre o qual está falando ou do objeto ao qual se refere, será apresentada à sua visão interna e será também perfeitamente visível a seu ouvinte. Não haverá interpretação errada sobre o significado das palavras proferidas. Pensamentos e idéias serão vivas e visíveis, portanto a hipocrisia e a bajulação serão inteiramente eliminadas. As pessoas serão vistas exatamente como são. Haverá o homem inteiramente bom e o completamente mau, e um dos maiores problemas dessa época será como lidar com estes últimos. Os Maniqueus, uma Ordem de espiritualidade ainda mais elevada do que a dos Rosacruzes, estão atualmente estudando esse exato problema. Uma idéia da situação prevista pode ser formada por um rápido resumo de sua lenda. (Todas as ordens místicas têm uma lenda simbolizando seus ideais e aspirações).

N lenda dos Maniqueus há dois reinos, o dos Duendes da luz e o dos Duendes das Trevas. Os últimos atacam os primeiros, são vencidos e devem ser punidos. No entanto, como os Duendes da Luz são inteiramente bons e como os Duendes das Trevas são inteiramente maus, os primeiros não podem infligir o mal a seus inimigos, portanto estes devem ser punidos com o Bem. Em decorrência disto, uma parte do reino dos Duendes da Luz é incorporada com a dos Duendes das Trevas e, desta maneira, o mal será no tempo devido dominado. O ódio que não se submeter ao ódio deve sucumbir ao Amor.

Os quadros internos do Período Lunar eram uma certa manifestação do ambiente externo do homem. No período de Júpiter os quadros serão expressados de dentro; serão uma conseqüência da vida interna do homem. Ele também possuirá a capacidade adicional, que ele cultivou no Período Terrestre, de ver coisas no espaço fora dele próprio. No Período Lunar ele não via as coisas concretas, mas apenas as suas qualidades de alma. No Período de Júpiter ele verá ambas, e assim terá uma total percepção e compreensão do que o cerca. Em um estágio posterior, no mesmo Período, esta qualidade de percepção será seguida de uma fase ainda mais superior. Seu poder de formar nítidas concepções mentais de cores, objetos ou tons, capacitá-lo-á a contatar e influenciar seres supersensitivos de várias ordens e assegurar sua obediência, empregando as forças deles, como desejar. Terá a capacidade de emanar de si as forças com as quais realizará seus propósitos e estará sob a dependência do auxílio destes seres suprafísicos, que, então, estarão às suas ordens.

Ao aproximar-se do Período de Vênus estará capacitado a usar sua própria força para dar vida a seus quadros e manifestá-los de si mesmo, como objetos no espaço. Ele possuirá, então, um conhecimento criador objetivo e consciente de Si.Max Heindel.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aracne: A Maldição da Teia.


Na mitologia grega, existem vários casos de maldições, um deles é o da Aracne, uma linda moça que foi amaldiçoada pelas mãos de Athena, e obrigada a viver o resto de sua vida fazendo teias e vivendo com oito patas.

Segundo a mitologia grega, Aracne era uma jovem tecelã que vivia na Lídia, em uma região da Ásia Menor chamada Meônia. Seu trabalho era tão perfeito que, em todas as cidades da Lídia, Aracne ganhou fama de ser a melhor na arte de fiar e tecer a lã.

Eram os deuses, com sua generosidade, que concediam às criaturas seus talentos e habilidades, mas os mortais, com sua capacidade natural de esquecer as coisas, às vezes cometiam a tolice de gabar-se de seus próprios feitos. Assim aconteceu a Aracne, que deixou-se dominar pela vaidade e passou a vangloriar-se de sua habilidade como tecelã. Até que um dia alguém veio lembrá-la de que ela era discípula de Atena. Atena (Minerva, na mitologia romana) era filha de Zeus, e além de ser a deusa da Sabedoria ,era a deusa que presidia as artes e os trabalhos manuais — a tecelagem inclusive. Aracne ficou extremamente ofendida e, querendo provar sua independência e auto-suficiência, caiu na fraqueza de afirmar que podia competir com Atena e seria capaz de derrotá-la na arte da tecelagem.

Ao saber da presunção de Aracne, Atenas foi procurá-la disfarçada como uma anciã e pediu-lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: “Busque entre os mortais toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa”. Porém, a famosa Aracne não percebeu que se tratava de Atena e, além de zombar da anciã, reafirmou seu desafio: “Por que motivo sua deusa está evitando competir comigo?”

Ao ouvir isto, Atenas apareceu em sua forma verdadeira, e todos se puseram a reverenciá-la, exceto Aracne, que permaneceu impassível, pois o senso de poder que sua habilidade lhe dava tornava-a ousada em excesso.

Atenas desafiou Aracne a provar que seria capaz de vencê-la e as duas deram início à competição. Sentaram-se e começaram a tecer, cada qual procurando produzir a obra vencedora.

Atena retratou a cidade de Atenas e os deuses em seus tronos, e entre os deuses a oliveira que ela havia criado durante uma disputa com Posseidon e graças à qual foi proclamada a protetora da cidade. Retratou também Niké, o símbolo da Vitória e nos quatro cantos da tela, desenhou quatro cenas mostrando o que havia acontecido a alguns mortais que desafiaram os deuses e em que eles acabaram sendo transformados.
Coroando o trabalho, Atena teceu uma grinalda de folhas de oliveira, que é até hoje um símbolo de paz.

Aracne, a perfeita tecelã, achou de retratar o maior de todos os deuses –Zeus – por ocasião de suas conquistas amorosas. E então foi tecendo diversas cenas em que ele aparece disfarçado ou toma a forma de um animal: Zeus, sob a forma de touro, arrebatando Europa; sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine, mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado, respectivamente, de chama, serpente e chuva de ouro. No afã de “tricotear” sua espantosa obra, Aracne incluiu ainda os amores de Posseidon, Apolo, Dionísio e Cronos.
E ao redor de todas as cenas, teceu uma graciosa moldura de hera e flores entrelaçadas.

Tão perfeita foi a obra de Aracne que Atena não conseguiu encontrar nela a mínima falha. Irritada, Atena rasgou a tecelagem em pedaços e golpeou Aracne na cabeça. Aracne ficou muito triste e, em seu desespero, terminou tentando se enforcar. Atena, ao saber o que sua cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara para enforcar-se em uma teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da morte e, embora condenada a ficar dependurada em sua teia, a beleza de sua arte não ficaria perdida para sempre neste mundo.F.P.Wikepédia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Missão de Cristo e o Festival das Fadas.


Sempre que nos defrontamos com um dos mistérios da natureza que somos incapazes de explicar, simplesmente acrescentamos um novo nome ao nosso vocabulário que, depois, usamos como astuto disfarce para esconder nossa ignorância sobre o assunto. Tais são os ampères que usamos para medir o volume da corrente da elétrica, os volts que dizemos para indicar a força da corrente, e o ohm que usamos para mostrar que resistência um determinado condutor oferece à passagem da corrente. Assim, estudando muito palavras e números, os expoentes da ciência da eletricidade tentam persuadir a si próprios e aos outros que penetraram nos mistérios da ilusiva força que representa tão importante papel no trabalho do mundo; mas, quando tudo já foi dito e eles estão com disposição para confidências, admitem que os mais brilhantes conhecedores da ciência da eletricidade sabem sobre isso um pouco mais que o aluno que está começando a experimentar suas pilhas e baterias.

O mesmo acontece com outras ciências. Por determinado período, os anatomistas não podem diferenciar o embrião canino do humano, e enquanto o fisiologista fala com conhecimento sobre o metabolismo, não pode furtar-se a admitir que os testes de laboratório pelos quais tenta imitar nossos processos digestivos devem ser e são, muito diferentes das transmutações operadas no laboratório químico do corpo pelos alimentos que ingerimos. Isto não é dito para desmerecer ou diminuir as sensacionais realizações da ciência, mas para enfatizar o fato de que há fatores por trás de todas as manifestações da natureza - inteligências de variados graus de consciência, construtoras e destruidoras, que desempenham importantes papéis na economia da natureza - e, enquanto estes agentes não forem reconhecidos e seu trabalho estudado, nunca poderemos ter uma concepção adequada do modo pelo qual as Forças da Natureza trabalham, às quais chamamos calor, eletricidade, gravidade, ação química, etc.. Para aqueles que cultivam a visão espiritual, é evidente que sabem que os assim chamados mortos usam parte do seu tempo aprendendo a construir corpos sob a direção de certas Hierarquias Espirituais. Eles são os agentes dos processos metabólicos e anabólicos; eles são os fatores invisíveis na assimilação e, portanto, é literalmente verdade que seríamos incapazes de viver, se não fosse pela importante ajuda que nos é prestada pelos que chamamos mortos.

Com relação às Forças da Natureza, nós doutamente explicamos como o calor do sol evapora a água de rios e oceanos, fazendo-a subir às regiões mais frias do ar onde se condensa em nuvens que, finalmente, ficam tão saturadas de umidade que são atraídas para a terra, e caem em forma de chuva que enche de novo os rios e oceanos e a água será novamente evaporada. É tudo perfeitamente simples, um belo processo automático de perpétuo movimento. Mas isso é tudo? Não há nesta teoria uma quantidade de falhas? Sabemos que existem, embora não possamos afastar-nos muito de nosso assunto para discuti-las. Falta uma coisa para explicá-la totalmente, a saber, a ação semi-inteligente das sílfides que erguem as partículas de água - primorosamente divididas, vaporizadas e preparadas pelas ondinas - da superfície do mar e as levam tão alto quanto possam, antes que a condensação parcial se processe e se formem as nuvens. Elas preservam estas partículas de água até que as ondinas as forcem a soltá-las. Quando dizemos que há uma tempestade, batalhas estão sendo travadas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com auxílio das salamandras para acender as tochas dos relâmpagos com hidrogênio e oxigênio separados, e enviar seus aterrorizantes fachos de luz explodindo em zig-zag na negra escuridão, seguidos de impressionantes ribombos de trovões que ressoam na límpida atmosfera, enquanto as ondinas triunfalmente arremessam sobre a terra as gotas de chuva resgatadas, para que sejam novamente reintegradas na união do seu elemento-mãe.

Os pequenos gnomos são necessários para construir as plantas e as flores. É seu trabalho pintá-las com os inúmeros matizes de cores que deleitam nossos olhos. Eles também talham os cristais em todos os minerais e fazem as gemas preciosas que brilham em diademas dourados. Sem eles não haveria ferro para nossa maquinaria, nem ouro com que pagá-la. Eles estão em toda parte, e a proverbial abelha não é mais ativa do que eles. Contudo, à abelha damos crédito pelo trabalho que faz, enquanto que os pequenos Espíritos da Natureza, que desempenham um papel tão importante e extraordinário no trabalho do mundo, são conhecidos por apenas uns poucos considerados sonhadores.

No solstício de verão, as atividades físicas da Natureza estão no seu ápice ou zênite. Portanto, "A Noite do Solstício de Verão" é o grande festival das fadas que trabalham para construir o universo material, alimentaram o gado, nutriram as sementes, e estão saudando com alegria e agradecimento a imensa onda de força que é seu instrumento de trabalho, para moldar as flores na mais estonteante variedade de formas delicadas determinadas por seus arquétipos, e tingi-las em inúmeros matizes que são o encanto e o desespero dos pintores. Nesta mais sublime de todas as noites, da alegre estação de verão, elas vem em bandos dos pântanos e florestas, de vales e várzeas, para o Festival das Fadas. Elas realmente preparam suas comidas e bebidas etéricas e depois dançam em êxtase de alegria, a alegria de terem produzido e cumprido sua importante finalidade no equilíbrio da natureza.

É um axioma da ciência que a natureza não tolera nada que seja inútil. Parasitas e preguiçosos são abominados; o órgão que se tornou supérfluo se atrofia; assim também o membro ou o olho que não é mais usado. A Natureza tem um trabalho a fazer e exige trabalho de todos que possam justificar sua existência e continuar como parte dela. Isto se aplica às plantas e aos planetas, aos homens e aos animais, e também às fadas. Elas têm seu trabalho a fazer; são um povo diligente e suas atividades são a solução a muitos dos diversos mistérios da Natureza, como já foi explicado.

Mais tarde, na época do solstício de inverno, nós estamos no outro polo do ciclo anual, onde os dias são mais curtos e as noites mais longas; sob o ponto de vista físico, a escuridão se faz sobre o Hemisfério Norte; mas as ondas de luz espiritual e de vida, que serão a base do crescimento e progresso do próximo ano, estão agora em sua máxima atividade e força. N Noite de Natal, no solstício de inverno, quando o sinal celestial da Virgem Imaculada aparece sobre o horizonte Oriental à meia noite, nasce o sol do novo ano para salvar a humanidade do frio e da fome que aconteceriam se a sua luz benéfica fosse retida. Nessa ocasião, o Espírito de Cristo nasce na Terra e começa a fermentar e fertilizar os milhões de sementes que as fadas constróem e regam, para que tenhamos alimento físico. Mas, "Nem só de pão vive o homem". Embora o trabalho das fadas seja bastante importante, torna-se insignificante comparado com a missão de Cristo, que traz-nos, todos os anos, o alimento espiritual necessário para que avancemos no caminho do progresso, para que atinjamos a perfeição no amor; com tudo o que isso implica.Max Heindel.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Atividade do Mundo Celeste e as Forças da Natureza.


Estamos habituados a falar sobre evolução, mas alguma vez analisamos o que é que faz a evolução, por que não fica estagnada? Se o fizemos, devemos compreender que há forças por trás do que é invisível que causam a alteração na flora e na fauna, a mudança do clima e da topografia, que não param; e, então, vem a pergunta natural: o que ou quem são as forças ou agentes em evolução?

Naturalmente estamos bem cônscios que os cientistas dão certas explicações automáticas. Eles merecem muito crédito; realizaram muito, considerando que a ciência ainda está na infância, têm apenas cinco sentidos e instrumentos engenhosos a seu serviço. Suas deduções são maravilhosamente verdadeiras, mas isto não quer dizer que não hajam causas subjacentes que eles ainda não puderam perceber, mas que transmitem maior compreensão do assunto do que pode ser conseguido pela simples explanação automática. Um exemplo pode elucidar este ponto.

Dois homens estão conversando, quando, subitamente, um derruba o outro com um soco. Aqui temos uma ocorrência, um fato, e podemos explicá-lo em uma maneira automática dizendo: "Vi um homem contrair os músculos de seu braço, dar um soco no outro e derrubá-lo". É uma visão verdadeira, sem dúvida, mas o cientista oculto veria também o pensamento de raiva que inspirou o golpe, e daria uma versão mais completa se dissesse que o homem foi derrubado por um pensamento; porque o punho fechado não foi senão um instrumento irresponsável de agressão. Na falta da força propulsora do pensamento de raiva, a mão teria permanecido inerte e o golpe nunca teria sido desfechado.

Assim, a ciência oculta atribui todas as causas à Região do Pensamento Concreto, e diz como elas são geradas lá pelos espíritos humanos e super-humanos.

Lembrando que os arquétipos criadores de todas as coisas que vemos no mundo visível estão no Mundo do Pensamento, que é o reino do tom, estamos preparados para compreender que as forças arquetípicas estão constantemente trabalhando sobre estes arquétipos que, então, emitem um certo tom ou, aonde um número delas reunirem-se para criar uma espécie de formas animal, vegetal ou humana, os diferentes sons se misturam em um grande acorde. Este único tom ou acorde, conforme for o caso, é então a nota-chave da forma assim criada e, enquanto ele soar, a forma ou a espécie resistem; quando ele cessar, a única forma morre ou a espécie extingue-se.

Uma confusão de sons não é música, da mesma forma que palavras agrupadas ao mesmo tempo e a esmo não formam uma frase. Mas o som ordenado ritmicamente é o construtor de tudo o que é, como diz João nos primeiros versículos de seu Evangelho, "No princípio era o Verbo... e nada do que foi feito, foi feito sem ele"; e também "o Verbo se fez carne".

Assim, vemos que o som é o criador e o sustentador de toda a forma, e, no Segundo Céu, o Ego torna-se um com as Forças da Natureza. Com elas ele trabalha sobre os arquétipos da terra e do mar, da flora e da fauna, para realizar as mudanças que, gradualmente, alteram a aparência e condições da terra e assim proporcionam um novo ambiente feito por si mesmo, no qual ele, o Ego, possa colher novas experiências.

O Ego é dirigido neste trabalho por grandes Mestres pertencentes às Hierarquias Criadoras, que são chamados Anjos, Arcanjos e outros nomes, sendo todos ministros de Deus. Eles instruem-no, conscienciosamente, na divina arte da criação, tanto no que se refere ao mundo como aos objetos que estão nele. Eles ensinam-lhe como construir uma forma para si próprio, dando-lhe como auxiliares os chamados "Espíritos da Natureza", e, assim, o homem está cumprindo seu aprendizado para tornar-se um criador, cada vez que ele for ao Segundo Céu. Lá ele constrói o arquétipo da forma que, mais tarde, ele exterioriza no nascimento.

Há quatro éteres chamados éter químico, éter de vida, éter de luz e éter refletor. As forças trabalham ao longo dos polos positivo e negativo dos diversos éteres. Os Egos no Mundo Celeste são parte dessas forças, e, assim, as próprias pessoas que chamamos mortos, são os que constróem nossos corpos e ajudam-nos a viver. Podemos observar também que ninguém pode ter um corpo denso melhor do que o que possa construir. Se alguém comete um erro em seu trabalho no Mundo Celeste, ele vai notar isso quando for usar esse corpo defeituoso na terra e, com isso, aprende a corrigir o erro na próxima vez que tiver que construir um arquétipo.

Todos os habitantes do Mundo Celeste trabalham sobre os modelos da terra, os quais estão todos na Região do Pensamento Concreto. Eles alteram as características físicas da terra e ocasionam as mudanças graduais que modificam sua aparência para que, à cada volta para a vida física, tenha sido preparado um ambiente diferente, onde possam ganhar novas experiências. Clima, flora e fauna são alterados pelo homem, sob o comando de Seres superiores.

Assim, o mundo justamente é o que nos mesmos, individual e coletivamente, fizemos e será o que fizermos dele. O cientista oculto vê em tudo o que acontece uma causa de natureza espiritual manifestando-se sem omitir a predominância e o alarmante aumento da freqüência dos abalos sísmicos, que acompanham o pensamento materialista da ciência moderna.

É verdade que causas puramente físicas podem ocasionar tais distúrbios, mas é esta a última palavra sobre o assunto? Podemos ter sempre uma explicação completa, registrando somente o que aparece na superfície? Certamente não! O ocultista diz que se não fosse pelo materialismo, os abalos sísmicos não teriam ocorrido.

O trabalho do homem no Mundo Celeste não está limitado, unicamente, à alteração da superfície da terra, que deverá ser o cenário de suas lutas futuras para subjugar o Mundo Físico. Ele está ativamente ocupado em aprender como construir um corpo que permita melhores condições de expressão. É destino do homem tornar-se uma inteligência Criadora e ele está cumprindo seu aprendizado todo o tempo. Durante sua vida celeste ele está aprendendo a construir toda espécie de corpos / incluindo o humano.

Assim, vemos que o homem aprende a construir seus veículos no Mundo Celeste e a usá-los no Mundo Físico. A natureza proporciona todas as fazes de experiências, de modo tão maravilhoso e com tão profunda sabedoria que, à medida que aprendemos a penetrar mais e mais fundo em seus segredos, ficamos cada vez mais conscientes de nossa própria insignificância, e sentimos uma crescente veneração por Deus, cujo símbolo visível é a Natureza.Max Heindel.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Os Eteres e as Leis da Natureza.

Falar do Éter como uma avenida de forças, não tem significado para a mente comum, porque a força é invisível. Mas, para um investigador do ocultismo, as forças não são meros nomes como vapor, eletricidade, etc.. Ele considera-os inteligentes em vários graus, tanto sub como super humanos. O que nós chamamos "Leis da Natureza" são inteligências superiores que dirigem seres mais elementares, de acordo com certas regras planejadas para promover a sua evolução.

Na Idade Média, quando muitas pessoas ainda eram dotadas de uns restos de clarividência negativa, elas falavam de duendes, gnomos ou fadas, que vagavam pelas montanhas e florestas. Estes eram os Espíritos da Água que habitavam rios e regatos e falavam também dos silfos que habitavam nas névoas sobre fossos e charnecas como Espíritos do Ar, mas pouco foi dito sobre as salamandras, pois eram Espíritos do Fogo, portanto não tão facilmente detectadas nem tão prontamente acessíveis à maioria das pessoas.

As velhas histórias folclóricas são agora consideradas como superstições, mas, na verdade, alguém dotado de visão etérica pode ainda perceber os pequenos gnomos colocando a clorofila verde nas folhas das plantas e dando às flores a grande variedade de cores delicadas que encantam nossos olhos.

Muitas e muitas vezes os cientistas tentaram dar uma explicação adequada sobre os fenômenos do vento e da tempestade, mas falharam, evidentemente, como também não têm sucesso quando procuram uma solução mecânica para o que é, na realidade, uma manifestação de vida. Se eles pudessem ver a multidão de sílfides esvoaçando para lá e para cá, saberiam, quem, e o que é responsável pela inconstância do vento; se pudessem apreciar uma tempestade no mar, do ponto de vista etérico, poderiam entender que o ditado "a guerra dos elementos" não é uma frase oca, pois o mar encapelado é, realmente, o campo de batalha das sílfides e das ondinas, e o uivo da tempestade é o grito de guerra dos espíritos no ar.

As salamandras são encontradas por toda a parte e nenhum fogo é ateado sem a sua cooperação, mas elas são muito mais ativas no subsolo. São responsáveis pelas explosões e erupções vulcânicas.

As classes de seres que mencionamos são ainda sub-humanas, mas todas, em alguma época, irão atingir um estágio de evolução correspondente ao humano, todavia sob circunstâncias diferentes das em que nós evoluímos. Porém, atualmente, as inteligências maravilhosas de que estamos falando como Leis da Natureza, conduzem os verdadeiros exércitos de entidades menos evoluídas que mencionamos.

Para entendermos melhor o que estes vários seres são e sua relação conosco, podemos dar o seguinte exemplo. Suponhamos que um mecânico está preparando um motor e que um cachorro o esteja observando. Ele vê o homem no se trabalho, como ele usa as diversas ferramentas para moldar seu material, como, também, do ferro bruto, do aço, do bronze e de outros metais, o motor lentamente vai tomando forma. O cão é um ser de uma evolução inferior e não entende o objetivo do mecânico, mas ele vê o trabalhador, seu esforço e o resultado daquilo que se apresenta como um motor.

Suponhamos, além disso, que o cachorro fosse capaz de ver apenas os materiais que lentamente mudam suas formas, que se unem e se transformam em um motor, mas que não pudesse ver o trabalhador e ver o trabalho que ele faz. O cão estaria, então, na mesma relação ao mecânico como nós estamos em relação às grandes inteligências que chamamos Leis da Natureza e aos seus assistentes, os Espíritos da Natureza, pois nós contemplamos as manifestações de seu trabalho como força movimentando a matéria de diversos modos, mas sempre sob condições imutáveis.

No Éter podemos também observar os Anjos, cujo corpo mais denso é feito desse material, como nosso corpo denso é constituído de gases, líquidos e sólidos. Esses seres estão um grau além do estágio da humanidade, como nós estamos um grau na frente da evolução animal. Contudo, nós nunca fomos animais como a nossa fauna atual, mas em um estágio anterior no desenvolvimento de nosso planeta, tínhamos uma constituição como a dos animais. Assim, os Anjos foram humanos, embora nunca tivessem tido um corpo denso como o nosso, e nunca funcionaram em nenhum material mais denso do que o Éter. Em alguma época, em uma condição futura, a Terra tornar-se-á novamente etérica. O homem será semelhante aos Anjos. Portanto, a Bíblia nos diz que o homem foi feito um pouco inferior aos Anjos (Hebreus, 2:7).

Como o Éter é a avenida das forças vitais, criadoras, e como os Anjos são tão hábeis construtores de Éter, podemos facilmente compreender que eles estão altamente preparados para serem os guardiões das forças propagadoras das plantas, dos animais e do homem. Em toda a Bíblia podemos encontrá-los nessa missão: Dois Anjos vieram até Abraão e anunciaram-lhe o nascimento de Isaac. Eles prometeram um filho ao homem que obedecera a Deus. Mais tarde, estes mesmos Anjos destruíram Sodoma por abuso da força criadora. Anjos profetizaram aos pais de Samuel e Sansão, o nascimento destes gigantes de cérebro e músculos. O Anjo Gabriel (não o Arcanjo), anunciou a Isabel o nascimento de João; mais tarde ele apareceu também a Maria com a mensagem que ela havia sido escolhida para dar à luz a Jesus.Max Heindel.

VIDA MAIS ABUNDANTE.


A grande mudança vulgarmente designada como “morte” não faz distinção de pessoas. Pode acontecer na juventude, na meia idade ou na velhice. Mas, em algum momento da vida, todos são chamados a deixar suas vestes físicas de lado e fixar-se novamente em reinos além da nossa esfera de conhecimento.

Sabendo que esta mudança é inevitável, certamente é imperativo que aprendamos, o máximo possível, sobre a grande transição. Para os menos esclarecidos, este fenômeno tem sido sempre uma questão que está além do entendimento e, comumente, quando somos chamados para enfrentá-lo, enchemo-nos de uma série de perplexidade e, no mínimo, de um reprovável terror. Esta apreensão, contudo, nem sempre existiu. No passado longínquo, quando a consciência do homem estava mais focalizada nos reinos espirituais do que no material, a perda de seu corpo físico era quase imperceptível. Ele se conhecia como espírito e sua veste física como algo adquirido, destinado para uma vida mais curta ou mais longa, e que, por fim, tal como uma folha de uma árvore, desprendia-se dele para ser substituída quando de novo fosse necessário.

Não foi senão quando o homem perdeu a visão de seu habitat celeste e de que era um espírito imortal ocupando de tempos em tempos um corpo físico, que ele começou a identificar-se com o veículo material e passou a considerá-lo como seu “Eu real” e, daí, o medo de uma possível existência sem ele. De fato, um grande número de seres tem suas consciências focalizadas no mundo material de tal forma, que chegam a acreditar que são apenas um corpo físico e que sua existência cessa no momento em que a morte aniquila este corpo.

Parece quase impossível, para o homem espiritualmente esclarecido, que tal condição ainda possa existir. Infelizmente, ainda temos evidência disto em torno de nós e por toda a parte. As pessoas, com desespero, vêem partir seus assim chamados mortos, pouco compreendendo que um Espírito liberto está retornando ao seu lar no mundo celeste para continuar uma ininterrupta existência.

Ainda que não houvesse nenhuma outra razão senão o conforto daqueles que conhecem os fatos relacionados à assim chamada morte, examinemos a verdade em relação a este peculiar fenômeno.

O homem, o “Eu real”, é puro Espírito, diferenciado no Corpo de DEUS, o qual é todo o Sistema Solar, ambos com aspectos visível e invisível. Seu destino é tornar-se um Deus como seu Divino Criador, segundo o Iniciado Paulo. A fim de desenvolver seu poder divino em potencial, o homem passa através de várias fases de evolução, desde a mais etérea à mais densa, deparando-se com experiências as quais, lentamente mas seguramente, desenvolvem suas capacidades latentes. Durante uma fase do seu desenvolvimento, ele habita este plano terrestre, de vez em quando, usando um corpo físico. Mas somente uma pequena parte de seu tempo é passada aqui. O resto é vivido nos reinos suprafísicos onde ele recebe outra instrução e lhe são dadas outras tarefas a realizar como exercício, todas com o objetivo de desenvolver suas forças potenciais latentes em energia dinâmica pronta para ser usada a qualquer momento e controlada diretamente por seu próprio Espírito que é o seu Eu real.

Cada vez que um indivíduo desce ao plano terrestre, torna-se prisioneiro de um corpo físico; e a duração desta vida na Terra depende do número de lições que ele tenha para aprender. Há Egos que vêm à Terra para aprender lições em construção pré-natal do corpo e que se descartam de seu veículo físico tão logo essa tarefa particular esteja completa, o tempo variando em cada caso, em dias, semanas, meses ou anos. Outros usam seus corpos físicos do nascimento à adolescência, outros até a idade adulta e ainda há os que alcançam avançada idade. Mas, note-se, a duração de cada vida terrena depende de certas lições necessárias à aprendizagem individual, a fim de que sua evolução possa ser favorecida. De modo algum, somos meros joguetes do destino.

Tendo-se uma determinada quantidade de livre arbítrio, é-nos possível no passamento de um Espírito, através de nossas lamentações e outros tipos de perturbação, frustrar temporariamente os planos da Natureza e causar a este Espírito a perda do panorama post-mortem, tão necessário ao seu progresso no mundo celestial. Nestes casos, o Espírito, comumente, retorna àqueles que foram responsáveis por esta sua perda, renascendo em seu lar e logo deixa a vida terrena, indo diretamente para o Primeiro Céu, onde retoma as lições contidas no panorama destruído. Na hora do passamento, todas as crianças, bem como os adultos, são aguardados por amigos queridos e, às vezes, até por Anjos, para conduzi-los ao Grande Além.

A vida das crianças no mundo celeste é de uma beleza indescritível. Quando os pais compreenderem a vida agradável que tais crianças levam e os grandes benefícios usufruídos por elas durante sua breve estada naquele mundo, sua dor será certamente bastante suavizada e as feridas de seu coração curar-se-ão muito mais rapidamente.

Aqueles que deixam seu Corpo Físico em condições normais estão liberados inteiramente assim que o panorama da vida é gravado no Corpo de Desejos, o qual eles levam ao mundo celeste. Três dias e meio de perfeita quietude devem ser permitidos ao Espírito no momento da transferência da gravação do panorama da vida recém finda do éter refletor do Corpo Vital para o Corpo de Desejos, veículo em que o Espírito funciona quando entra nos mundos superiores. As imagens assim transferidas para o Corpo de Desejos, o veículo da emoção e do sentimento, são a base do subsequente sofrimento durante a estada do Espírito no Purgatório, devido aos maus atos cometidos, e, no Primeiro Céu, a alegria sentida é por conta das boas ações realizadas em sua última vida terrena.

O tempo de permanência do Espírito no Purgatório pode ser grandemente abreviado se ele estiver perfeita e prontamente desejoso de reconhecer e desfazer-se de seus erros e faltas, quando estas imagens aparecerem no panorama da vida, ao invés de tentar desculpar-se ou deixar-se inflamar de novo pela cólera e pelo ódio do passado. Este desejo de cooperação do Espírito reduz grandemente o sofrimento relativo à purgação do post-mortem.

Tão logo o corpo físico se separa dos corpos sutis, os portais do reino elemental se abrem e as forças que impregnam a terra, a água, o fogo e o ar retiram-se da forma inanimada pertencente ao seu particular domínio, e a reintegram em seu próprio reino.

O peculiar ambiente que envolve uma câmara mortuária e o medo que a maioria das pessoas tem de um corpo morto são ambos causados pelo estreito contato, então existente, entre os ocupados seres elementais e as pessoas que se encontram em volta do corpo inanimado. Estas forças elementais estão sempre presentes e excessivamente ativas quando qualquer tipo de matéria orgânica tem de ser desintegrada, e suas partículas devem retornar às respectivas esferas.

Tristezas, lamentações, pensamentos de desespero e ânsias de que volte o ser que partiu tendem a tornar o Espírito preso à Terra, impedindo-o de participar das atividades pertencentes ao seu novo ambiente de vida. Por outro lado, pensamentos de amor, coragem, esperança, alegria e boa vontade são mais benéficos e de valor inestimável. Se, ao invés de entregar-se às nocivas práticas das lamentações que impedem o progresso do Espírito que partiu, alguém fizesse, à noite, precisamente antes de adormecer, uma oração fervorosa para lhe ser permitido ir ao encontro do seu ente querido, tão logo tivesse adormecido, tal desejo o transportaria quase imediatamente para onde estivesse o ser querido e poderiam passar horas juntos, o que seria proveitoso para ambas as partes. Na ocasião em que este alguém fosse capaz de voltar às Regiões Suprafísicas em plena consciência, muitas experiências seriam conseguidas nos planos invisíveis e, desta forma, poderia auxiliar os amigos que partiram e, com o método já mencionado, eles poderiam encurtar muito sua permanência na região purgatorial.

O tempo de permanência no purgatório é comparativamente curto, cerca de um terço do período vivido no Mundo Físico, mas a vida no Primeiro Céu dura, aproximadamente, centenas de anos. Esta região é um lugar de alegria, sem a menor dose de amargura. Doenças, tristezas e pesares são desconhecidos então, e todas as nobres atividades almejadas pelo Espírito são totalmente realizadas. Belas casas, flores, árvores, etc. lhe pertencem, tudo composto pela sutil substância do Mundo do Desejo. Apesar disso, todas as coisas são tão palpáveis para os habitantes do mundo celeste como nossas propriedades materiais o são para nós.

Esta gloriosa região é lugar de progresso e contém tudo o que é bom e desejável nas humanas aspirações. Aqui, o estudioso e o filósofo têm acesso instantâneo a todas as bibliotecas do mundo. O artista, pelo poder da imaginação, cria seus modelos perfeitamente em cores luminosas e vívidas, de cintilante beleza. O escultor modela com facilidade a matéria plástica deste mundo, produzindo obras cuja delicada beleza ele nunca imaginou durante sua vida na Terra. O musicista também é grandemente beneficiado, pois, nesta região, ele ouve os ecos de celestiais melodias, muito mais doces e mais duradouras que quaisquer que tenha ouvido na Terra, e seu Espírito se inebria em sua especial harmonia. O poeta encontra uma inspiração maravilhosa em imagens, música e cores as quais será capaz de usar em seu próximo renascimento. Os filantropos elaboram planos altruístas que serão empregados em vidas futuras. Nesta região, ele vê também a causa das falhas do passado, aprende a transpor os obstáculos e a evitar os erros que tornaram os planos que usou no passado impraticáveis. Assim, após uma curta estada de purificação na região purgatorial, este é o lugar onde os nossos entre queridos são encontrados, preparando-se para uma nova, melhor, mais eficiente, mais compreensível vida terrena em tempos vindouros.
F.P.Biblioteca Rosa Cruz.

O Cume Espiritual do Homem.

O essencial não está em ser poeta, nem artista, nem filósofo. O essencial é ter cada um de nós a dignidade do seu trabalho, a alegria do seu trabalho, a consciência do seu trabalho.

A determinação de fazer as coisas bem, o entusiasmo de sentir-se satisfeito, de querer somente o que é seu, é a recompensa dos fortes, dos que têm o coração robusto e o espírito límpido.

Dentro dos sagrados números da Natureza, nenhum trabalho bem feito vale menos, nenhum vale mais! Todos somos um tanto necessários e valiosos na marcha do mundo. O que constrói a torre e o que faz a cabana; o que tece os mantos imperiais e o que confecciona as vestes simples do humilde trabalhador; o que manufactura as sandálias de sedas imponderáveis e o que fabrica as rudes solas que defendem os pés do trabalhador rural, todos valem alguma coisa, porque todos estamos nivelados por essa força reguladora que reparte os dons e impulsiona as actividades.

Um grão de areia sustenta uma pirâmide e fá-la derrocar; um bocado de pão duro salva, ou pode destruir uma vida; uma gota de água faz murchar ou reverdecer um loureiro. Todos somos algo, representamos algo, fazemos viver algo, ansiamos por algo.

O que semeia o grão que sustenta o nosso corpo vale tanto como o que planta a semente que nutre o nosso espírito porque, nos dois trabalhos, há o transcendente, o nobre e o humano que faz dilatar a Vida. Talhar uma estátua, polir uma jóia, perceber um ritmo, animar um quadro, são coisas admiráveis. Tornar fecunda a herdade estéril e povoá-la com árvores e mananciais, ter um filho inteligente e belo, e logo poli-lo e amá-lo, ensinar-lhe a desnudar o seu coração e a viver em harmonia com o mundo, essas são coisas eternas!

Ninguém se envergonhe do seu trabalho, nem repudie a sua obra, se nela pôs o afecto diligente e o entusiasmo fecundo. Ninguém inveje seja a quem for, porque ninguém poderá oferecer-lhe o dom alheio nem retirar-lhe o seu próprio.

A inveja é o caruncho das madeiras velhas e apodrecidas e NUNCA DAS ÁRVORES SAUDÁVEIS.

Alargue e eleve cada um o que é seu; defenda-se e escude-se contra toda a má tentação. Deus dá-nos o pão nosso de cada dia, na satisfação do esforço legítimo nos oferece a actividade e o sossego. O triste, o mau, o daninho, é seco de alma; o que nega tudo é incapaz de admirar e de querer. O nocivo é o néscio, o imodesto, o parvo, o que nunca fez coisa alguma de valor, mas que sempre está pronto para conservar tudo e todos. O que nunca foi amado repudia o amor, mas o que trabalha, o que ganha o seu pão de cada dia e sabe nutrir a sua alegria, o justo, o nobre, o BOM, para esses sacudirá o porvir as suas ramagens cobertas de flores e de rocio, quer ele ande a escalar montes ou a cinzelar poemas. Ninguém deve sentir-se menos do que é! Ninguém maldiga seja a quem for! Ninguém desdenhe seja o que for! O cume espiritual do homem alcança-se com o regresso e o abraço das coisas humildes.
Rev. Rosacruz nº 377.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"Fugir."


Cresci numa pequena cidade.
E quando a chuva caía.
Eu somente olhei para fora da janela.
Sonhando com o que poderia ser.
E se no fim eu estivesse feliz.
Tentando o máximo alcançar a felicidade.
Mas quando eu tentei falar,
Senti como se ninguém pudesse me ouvir.
Queria ficar aqui.
Mas algo me fazia sentir que eu estava no lugar errado.

Eu abrirei minhas asas e aprenderei a voar.
Eu irei fazer qualquer coisa para tocar o céu
E irei fazer um desejo, ter uma chance, mudar e fugir.
Saindo da escuridão tentando alcançar o sol.
Mas eu não irei esquecer daqueles que eu amei.
Irei me arriscar, ter uma chance, mudar e fugir.

Quero sentir a brisa quente.
Dormir embaixo de uma palmeira.
Sentir o agito do oceano.
Entrar num trem que corra muito.
Viajar numa nave espacial.
e ir pra bem longe e fugir.
Eu abrirei minhas asas e aprenderei a voar.
Eu irei fazer qualquer coisa para tocar o céu.
E irei fazer um desejo, ter uma chance, mudar.

Saindo da escuridão tentando alcançar o sol.
Mas eu não irei esquecer daqueles que eu amei.
Eu tenho que arriscar, ter uma chance, mudar e fugir.
Construções com milhões de andares.
Milhares de portas em todo lugar.
Talvez eu não sei para onde eles irão me levar, mas
Tenho que continuar, e continuar.

Eu abrirei minhas asas e aprenderei a voar.
Apesar de não ser fácil lhe dizer adeus.
Terei que arriscar, ter uma chance, mudar e fugir.
Saindo da escuridão tentando alcançar o sol.
Mas não esquecerei do lugar de onde eu vim.
Irei me arriscar, ter uma chance, e mudar e fugir.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Alma Cigana.


Eu nunca fiz segredo
que a minha alma é cigana
perambula pelo mundo
dança, canta, não engana.

Meu coração… esse já é português
tem sotaque e nostalgia lusitanos
das margens do Tejo ficou freguês
e fados vive cantando.

Enquanto ele canta fados
a alma toca castanholas
mas ambos se abraçam contentes
numa moda de viola.

No bolero são renitentes
não desprezam seu encanto
mas sonham noites e dias
com a magia do tango.

Ah! eu jamais trocaria…
minha alma ou coração
são livres como águias no céu
trapaceiam como irmãos.

Já estiveram na Grécia
também em Jerusalém
mas a pátria deles e minha
é a pátria que ninguém tem.

Amamos nosso Brasil
nosso samba, o candomblé
praias de Santos ou Rio
quem é que não gosta e quer?!

Mas falando em governantes
é saga que ninguém merece
por isso deixo minh’alma
fazer o que lhe apetece.

Ela vê a sua sorte
se assim o desejar
mas não lhe fala de morte
pois segue essa linear.

A minha sorte eu não sei
ver, eu nunca consegui
mesmo sendo tão cigana
não sei nem se eu já morri.

Se o meu amor foi na frente
se ainda espera por mim
tudo que eu sei e que eu canto
é só do que aqui vivi.

E da minha liberdade
que a prezo mais que tudo
pois cigana de verdade
não se prende nesse mundo!

Quem me conhece já sabe
gosto de vermelho forte
nas minhas saias rodadas
que dos dois lados tem cortes.

Pra facilitar a dança
nos volteios deslumbrantes
que me tomam nos meus sonhos
nos braços do meu amante.

Tenho uma rosa no peito
bem lá dentro tatuada
esteve nos meus cabelos
em outras vidas passadas.

Assim vou sendo feliz
do meu jeito tão singular
que pouca gente me entende
mas não lhes deixo de amar!
Tere Penhabe.

Astrologia cigana

Quem pensa que a Astrologia é a mesma para todos está enganado. Muitas culturas têm diferentes formas de interpretação e algumas se guiam até pelo ano do nascimento. Mas, a Astrologia cigana não é tão diferente da astrologia que nós conhecemos. A diferença é que eles identificam os signos por meio de objetos da sua cultura.

Descubra o seu signo na Astrologia cigana:

Punhal (21/03 – 20/04)
Para os ciganos, o punhal é símbolo do pioneirismo e da superação. Esse signo significa a luta, a vontade de vencer e a honra. Quem nasce com a influência desse signo é bem resolvido, inquieto e de personalidade forte. Se for subestimado, pode até se tornar agressivo. Quando ama é fiel, exagerado e adora sexo.

Coroa (21/04 – 20/05)
Esse signo é relacionado à nobreza. A Coroa é o símbolo do amor, da elegância e do poder. Para a pessoa desse signo, a estabilidade financeira é fundamental. Quem é do signo de Coroa sabe muito bem lutar para conseguir o que quer. No amor, é fiel, sensível e não permite que brinquem com seus sentimentos.

Candeia (21/05 – 20/06)
Significa a luz, a sabedoria e as idéias. Esse signo também simboliza a esperteza e a vivacidade. A pessoa do signo de Candeia é comunicativa e tem o raciocínio rápido. Gosta de estudar e se relacionar com as pessoas. Quem nasce nesse signo é muito romântico e não desiste fácil de alguém na hora da conquista.

Roda (21/06 - 21/07)
A Roda significa a emoção que move a alegria e a tristeza para os ciganos. Está relacionada à Lua, pois representa o movimento de ir e vir. A pessoa desse signo é dócil e tranqüila, mas também pode ser muito difícil quando se irrita. Ela ama com intensidade e sente muito ciúme.

Estrela (22/07 – 22/08)
Representa sucesso e evolução. A estrela também indica a igualdade. A pessoa desse signo nasceu para brilhar e é otimista. Quem nasce no signo de Estrela vive intensamente e adora estar rodeada de amigos. Outra forte característica é querer sempre que tudo aconteça a seu gosto.

Sino (23/08 – 22/09)
Para os ciganos, o Sino tem relação com a pontualidade e a disciplina. O Sino representa a exatidão e a perfeição. A pessoa desse signo é muito organizada, crítica e ambiciosa. Adora aproveitar a vida, mas sempre com consciência e sem exageros.

Moeda (23/09-22/10)
Relacionada ao equilíbrio e à justiça, a Moeda representa riqueza material e espiritual. Quem nasce nesse signo vive para amar e tem sentimentos fortes. Gosta de ajudar as outras pessoas e de estar sempre apaixonada.

Adaga (23/10 – 21/11)
A Adaga simboliza as mudanças da vida. Ela é entregue ao cigano quando ele passa da adolescência para a vida adulta. A pessoa desse signo tem um temperamento forte e é muito perceptiva. Quando ama, é muito sensual e gosta de paixões arrebatadoras.

Machado (22/11 – 21/12)
Simboliza a liberdade, já que é capaz de acabar com os obstáculos. Quem é do signo de Machado é aventureiro e não gosta de uma vida estática. Esse signo tem como principais características o otimismo e a facilidade para se apaixonar e se libertar. As pessoas desse signo também são muito inteligentes e ligadas ao aprendizado.

Ferradura (22/12 – 20/01)
Para os ciganos, a Ferradura significa sorte e fortuna. Esse signo representa o esforço e o trabalho, por isso, quem nasce nele tem muito bom senso e é uma pessoa séria. Gosta de amores estáveis e tem imensa dedicação ao trabalho.

Taça (21/01 – 19/02)
A Taça significa a união e o valor. A pessoa desse signo é inteligente, original, humana e inquieta. Quem nasce nesse signo gosta muito de ação e criação. Gosta de inovar e aprecia a sinceridade. Vive sempre em busca da felicidade.

Capela (20/02 – 20/03)
Simboliza o grande Deus para os ciganos e é um sinal de fé. A pessoa desse signo é emotiva, sensível, leal e justa. Tem muita força espiritual e é sonhadora. No amor, é muito romântica e carinhosa.F.P.Wikepédia.


Xamanismo Siberiano.


Como todos devem saber a palavra xamã deriva da língua evenca, que é própria de um pequeno grupo de caçadores e pastores de renas de língua tungu da Sibéria. Embora alguns eruditos argumentem que a palavra deriva do sânscrito, o termo xamanismo usa-se, em sentido restrito, apenas para designar as tradições espirituais da Sibéria e Mongólia. Inicialmente, foi apenas utilizada para designar um líder espiritual desta região, mas no início do século XX, a designação aplicou-se a um leque de curandeiros e curandeiras.

Estas tradições espirituais que tradicionalmente não tem nome, partilham uma cosmologia de níveis, ligados por uma árvore, um pilar ou montanha. Abrangem ainda a crença da separação do espírito do corpo e do vôo xamânico até o céu e ao mundo sob a terra. De um modo típico, a iniciação do xamã realiza-se através da sua tortura e desmembramento por espíritos, que o voltam a reunir. Em grande parte da região, há uma associação entre o xamã e o ferreiro. Todavia ocorrem variações locais muito importantes. Na costa do Pacífico defronte do Alasca, os Tchuktchins e os esquimós siberianos vivem tradicionalmente da caça da baleia e da morsa. São muito diferenciados do povo da floresta do interior que vivem da caça da rena e do alce, por vezes criando-os em grandes rebanhos, e também da pesca, nos numerosos rios e lagos. Mais para o sul, à medida que a floresta vai sendo substituída pela estepe, as sociedades de caçadores voltaram-se para o pastoreio, dispondo de grandes rebanhos de carneiros, de cabras e até de camelos.

Há vários tipos de xamãs, inclusive no seio de uma mesma sociedade, e até do mesmo acampamento. Uns eram curandeiros, outros descobriam a caça, outros ainda afastavam os maus espíritos ou entravam em contatos com os mortos. A idéia do xamã puro ou ideal, tal como apresenta Mircea Eliade, torna-se cada vez mais difícil de sustentar em qualquer pesquisa nesta região social e ecologicamente diversificada. De um modo geral, há duas grandes tendências que constituem o padrão espiritual da região. A que sem dúvida mais tem atraído a atenção apresenta um tipo de xamã que participa de forças imanentes do mundo, que sejam humanas, animais ou elementos como a àgua e o ar. Neste tipo de xamanismo, o xamã se transforma em qualquer coisa, como por exemplo um animal. Estes xamãs são capazes de viajar até o céu, geralmente com a finalidade de de alterar uma situação desfavorável, como uma doença. Outro tipo de xamanismo é o de clã, que se preocupa com a reprodução e a família. Este tipo de xamanismo associa-se com o culto do céu e das montanhas que até ele conduzem. Os locais de culto, constituídos por um amontoado de pedras com um pau vertical no cimo, mantém-se populares e são designados por "oboo" na Mongólia e regiões vizinhas. Os xamãs do segundo tipo raramente entram em transe e, em vez disso, concentram-se na oração e no sacrifício. Estes xamãs não se transformam em animais nem viajam até céu.

Entre os Buriatas e os Icautos, as diferenças correspondem a uma classificação nativa dos xamãs, em brancos e negros. Falando de um modo geral, os xamãs negros entram em transe e contactam com os espíritos dos mundos subterrâneos e da doença, enquanto os xamãs brancos oravam antes de entrarem em transe, invocando bençãos para os homens e para os animais domésticos, concedidas pelos deuses e pelos espíritos auspiciosos do mundo superior. Estes xamãs brancos correspondem ao que noutras partes do mundo se designa por sacerdotes.

Como já expliquei anteriormente, o xamã siberiano consegue abandonar seu corpo e viajar até outras regiões do cosmo, e particularmente até um mundo superior e também um interior. Esta capacidade é tradicional em outras partes do mundo também e permite-nos designar sociedades e culturas xamânicas.

Os povos siberianos acreditam tradicionalmente que o mundo se divide em três níveis. Os seres humanos vivem no nível médio, mas o mundo superior, no céu, é atingível por intermédio de um pequeno orifício. Este mundo tem uma superfície sólida (sendo povoada até por animais) e divide-se em vários níveis. Os caçadores do extremo norte acreditavam que havia apenas três, mas mais ao sul, em resultado da influência dos impérios das cortes próximas, muitos mais se consideraram, pensando-se que o governante supremo, Bai Ulgen, vivesse no nono nível. Do mesmo modo, o mundo inferior encontrava-se dividido em diversos níveis, e era freqüentemente considerado o reino dos mortos. Estes outros mundos eram parcialmente como os nossos, com montanhas, rios e criaturas. Os Nganasãs estavam convictos de que o mundo inferior era muito frio, e vestiam os mortos com peles adequadas para o inverno. Os Iacutos, pelo contrário, pensavam que o céu é que era frio, e, por vezes, os xamãs regressavam de uma viagem até o céu totalmente cobertos por cristais de gelo.

Os Iacutos acreditavam que um xamã só curava as doenças cujos espíritos tinham provado a carne do xamã durante sua iniciação. Em muitas regiões da Sibéria, as pessoas podem sofre de uma "doença xamânica" perfeitamente distinta, em que parecem ficar fora de si, lançando-se nuas pelos campos sem qualquer consideração pela própria segurança, ou passando semanas numa árvore, ou jazendo imóveis no chão. Durante este período, recusam-se a encetar a difícil vida e são perseguidos por espíritos que as obrigam a ceder. Quase sempre o iniciado cede, mas a luta pode ser dura e prolongar-se por alguns anos. Os espíritos ameaçam que, se o candidato mantiver a recusa, ele ou ela continuará a ser torturado por eles próprios, e acabará por ser morto, eventualmente. Por conseguinte, o "dom" xamânico e o controle dos espíritos são como uma faca de dois gumes: em vez de serem ativamente procurados, são impostos contra a vontade do xamã, e além de conceder o poder também provocam angústia para toda vida. Muitas outras culturas encaram da mesma maneira o problema. O primeiro contato com os espíritos (em especial na Sibéria e Mongólia) toma a forma de um ataque violento, que conduz ao que parece ser a completa destruição da personalidade do futuro xamã. A isto se segue a reconstrução do xamã, cujo novos poderes não se limitam a um acrescento externo ou ferramenta. Na realidade, são uma espécie de visão íntima das coisas, uma perspectiva da natureza do mundo, e em particular, das formas de sofrimento humanas que ele ou ela acabou de sofre de modo tão intenso. A interiorização de todas estas experiências levará ao aparecimento de uma nova personalidade, e é esta que se exprime através da destruição da anterior natureza do xamã.

A experiência psíquica do candidato fica expressa pelo desmantelamento do corpo. Ele ou ela poderão ver-se como um esqueleto, um tema largamente encontrado na Ásia e nas Américas. Na Sibéria, cada osso e cada músculo é tomado à parte, contado e colocado a ser reunido com os restantes, enquanto o sangue do candidato reassuma pelas articulações do corpo inerte, na sua tenda, rodeado por parentes ansiosos. Há outros processos, segundo os quais o xamã pode tornar-se uma pessoa diferente, e o terror da experiência pode surgir entremeado de êxtase e prazer.

Na iniciação do xamã, o tema morte completa-se com renascimento, e o movimento do xamã no espaço cósmico é por vezes comparado ao regresso ao útero. Para além de ser amamentado ao peito de uma mãe-espírito, o xamã siberiano é ainda ocasionalmente embalado num berço de ferro por espíritos, sobre um dos ramos da árvore do mundo. Entre os esquimós do Alasca, o túnel de passagem para o iglu significa claramente a passagem vaginal para o útero, e a palavra "ani" tanto significa "sair do iglu" como "nascer". Só quando um xamã aguardava entre vidas o seu renascimento é que sentiu que o interior de sua mãe era como um pequeno iglu, mas que a passagem de saída era tão pequena que ele teria dificuldade de sair. Somente quando ouviu uma voz a incitá-lo a sair é que acabou por forçar a saída através de uma passagem estreita.

São esta imagens que permitem a alguns psicanalista e psicólogos interpretar a iniciação e o transe xamânico como uma regressão infantil. É claro, contudo, que nem todo retorno ao útero são regressivos, uma vez que o xamã renasce como um adulto integrado e extremamente poderoso. Neste aspecto, a iniciação xamânica assemelha-se à iniciação vulgarmente efetuada em muitas sociedades por ocasião dos ritos da puberdade, da qual se diz que o adolescente regressou ao útero para renascer, desta vez como completamente adulto ou, por outras palavras, como uma pessoa mais completa do que anteriormente.

O povo Inuíte não vive só na Sibéria, algumas de suas tribos vivem no Alasca e outra no Canadá. Este povo acreditam que os mamíferos e pássaros têm uma lama coletiva. Usam uma única palavra para identificar todos os membros de uma espécie. Por vezes, há duas pessoas com o mesmo nome, e este fato lhe confere uma determinada relação entre suas almas, e simpatia mútua. O nome pode ligar as pessoas, e até toda uma espécie. Além disso, uma pessoa associa-se deste modo a pessoas mortas que tinham o mesmo nome, formando uma rede de almas parcialmente partilhadas que funciona como uma ponte entre os vivos, os mortos e o reino animal. Eles acreditam que proferindo um nome, criavam uma realidade, mesmo que apenas de caráter mental. Os objetos e seus nomes eram igualmente reais. O nome de uma pessoa faz parte de sua alma, no modo simboliza a sua existência social e sua relação com o meio ambiente. Representa ainda a essência da pessoa, passada a outra, após sua morte.

Entre os Inuítes aquele que pretende tornar-se xamã deverá explicar que "eu venho até ti porque pretendo ver". A idéia é que a sabedoria envolve uma espécie de segunda visão, ou visão interior, e associa-se muitas vezes a perda da visão normal pela pessoa. O poder xamânico exprime-se freqüentemente em termos de visão especial, como quando os olhos dos xamãs siberianos são arrancados (durante sua iniciação) por espíritos ferreiros e substituídos por olhos especialmente adequados à visão de outras realidades.

Nas pequenas tribos de caçadores de renas e de pastores, como os Evencos e os Iucagires no norte e nordeste da Sibéria, o xamã era um chefe de clã e negociava com os espíritos sobre as almas dos animais que iriam ser caçados. Para o lado do noroeste, entre os Nganasás, o xamã estava menos ligado ao clã, visto este se encontrar disperso. Na costa do Pacífico, entre os Tchuktchis e os Coriaques, o clã era fraco e as famílias podiam executar alguns dos seus próprios ritos xamânicos. Onde houvesse xamã profissionais, estes estavam relativamente pouco ligados aos grupos sociais, e executavam truques particularmente espetaculares, a fim de conservar os seus clientes.

Era muito diferente o contexto do xamanismo no sul da Sibéria e na Mongólia. Aqui, as grandes manadas davam origem a comunidades maiores e clãs fortes.

Além disso, a influência do Budismo da Idade Média para cá, surgiu uma cosmologia mais elaborada, e o xamanismo estava mais fortemente institucionalizado. Além de curandeiros, os xamãs serviam muitas vezes de sacerdote que realizavam sacrifícios. Durante os rituais importantes, o papel do xamã era o de escoltar até o outro mundo a alma do cavalo ou de outro animal sacrificado.

No século XIX e no princípio do século XX, por ocasião dos primeiros estudos antropológicos, estes povos xamânicos tinham se tornado a fronteira entre os modernos impérios russo e chinês. Na Mongólia e na Sibéria do Sul, o xamanismo competia com a forma tibetana do budismo, o Lamaísmo. Mas a Mongólia se caracterizava por possuir fontes escritas não européias relativas ao xamanismo. The Secret History of the Mongols, e os trabalhos do viajante Rashid Al-Din demonstram que, enquanto o xamanismo mongólico há mil anos anos era semelhante em muitos aspectos ao que hoje se pratica, apesar pela constantes modificações políticas e sociais ocorridas. A Mongólia foi pacificada duas vezes por missionários budistas, enquanto a corte chinesa partilhava o culto do céu com as tribos do interior. O céu é masculino, e a fonte da boa fortuna e do sucesso militar. É freqüentemente referido como pai, e o chefe mongol Gengis Kan pretendia ser filho do céu. A associação do céu com a linha masculina conduziu ainda a importância do poderio militar. Para um xamã, a pretensão de ser capaz de entrar no céu era uma aventura numa área politicamente sensível, e por isso, este tipo de xamanismo tendia a encontrar-se em locais mais afastados, como nas tribos de caçadores, de preferência em regiões mais centrais dos impérios. No século passado, as tradições foram ainda alvo de severa repressão por parte do comunismo, principalmente com a criação da União Soviética, mas recentemente voltaram a surgir em vários pontos da Sibéria.

O xamanismo nesta região está intimamente relacionada com as tradições espirituais e crenças que se encontram em duas partes muito diferentes do mundo. De início, a América do Norte foi muito provavelmente colonizada a partir da Sibéria, por caçadores que atravessaram o estreito de Bering quando no existia uma língua de terra entre os dois continentes. O xamanismo dos esquimós do norte americano é quase idêntico ao dos Tchuktchis, do lado siberiano do mar. As tradições xamânicas da Mongólia são próximas da filosofia pré-budista "bon-po" e das várias formas de religião que se encontram no Nepal e no sudoeste asiático e Ásia meridional.F.P.Wikepédia