terça-feira, 18 de agosto de 2009

LOBISOMEM.A HISTÓRIA.


A história de homens que se transformam em lobos é muito antiga. Na Grécia Antiga, o mito do homem-lobo, proveniente de épocas pré-históricas, se ligou a religião do Olimpo. Conta-se que Licaon, rei de Arcádia, filho de Pelagro, primeiro soberano da região, tentou matar Zeus, seu hóspede de uma noite. O Deus castigou-o dando-lhe a forma vulpina. Nenhum erudito conseguiu explicar a fábula. Nem mesmo esta se reduz a uma só versão. Em outras lendas Licaon fez um sacrifício humano e sua metamorfose significa a cólera divina. Também Licaon levou à mesa, onde Zeus era servido, carne humana. Ainda, segundo Pausanias, Licaon sacrificou um filho de Zeus no monte Licaeus. O final é idêntico. O rei se transforma, e para sempre, em lobo.
Dai passou à Roma, e da Cidade dos Césares com seus exércitos conquistadores se difundiu pela Europa, pelo norte da África e Oriente próximo.
Com os nomes de "Versipélio dos Romanos, é o Licantropo dos Gregos, o Volkodlák dos eslavos, o Werwolf dos saxões, o Wahrwolf dos germanos, o Óboroten dos russos, o Hamtammr dos nósdicos, o Loup-garou dos franceses, o Lobisomem da Península Ibérica e da América Central e do Sul, com suas modificações fáceis de Lubiszon, Lobisomem, Lubishome..., é, sempre, a crença na metamorfose humana em lobo, por um castigo divino.
No imaginário medieval europeu, os feiticeiros se transformavam em lobos para comemorarem os sabaths. As feiticeiras, por sua vez, usavam ligas de pele de lobo.
O lobo é um grande carniceiro que devora a matéria e o mundo. Mas este seu simbolismo de destruição e de devoração nos leva à concepção antagônica de renascimento e renovação. Só através da morte é que se renasce para uma nova vida. A planta brota do grão, somente depois que este se decompõe no seio da terra. A morte é portanto, o nascimento do novo.
Este animal também está ligado as trevas, possuindo a fama de ver à noite. Como Senhor das Trevas ele é seu guia e antídoto, pois pela sua devoração, antecipa o retorno da luz. Apresenta ainda, à associação com a "goela", imagem arquetípica e iniciática. O poder de sucção desta região está mitologicamente simbolizado pela sua força que alicia e domina o ser humano, a vida, a pessoa e a consciência, de que ninguém consegue livrar-se. A goela do lobo é a noite, as trevas, a caverna dos Infernos, mas a libertação da goela, é a aurora, a luz iniciática sucedendo à descida aos Infernos.
O sentido iniciático da "goela do lobo", dá a este animal o papel de psicopompo. Na mitologia egípcia, Anúbis tem a forma de um cão selvagem ou lobo. Em Cinópolis, era venerado como deus dos Infernos.

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