Contam as lendas que ser lobisomem é questão de destino, qualquer criança incestuosa, como também o filho de uma comadre com compadre ou padrinho com afilhada, podem vir a ser um. Nos pampas gaúchos, corre a história de que se o sétimo de um casal se deitar em algum lugar que o bicho ocupou, torna-se igual a ele. Há quem diga, que para ser lobisomem, basta ser o sétimo filho (caçula) de um casal ou o oitavo filho homem depois sete filhas mulheres.
Em Santa Catarina, afirma-se que, se nasceram, consecutivamente, numa família, sete filhos varões, o último deve ser chamado Bento, caso contrário vira lobisomem.
Na zona do brejo paraibano descrevem-no como um homem normal que, em certas horas, e em dias determinados e sob determinadas circunstâncias, toma o aspecto de um animal e sai a correr o fado, cumprindo o castigo imposto pela Divina Providência pelo pecado de adultério de compadre com comadre, de devota com padre, dos incestuosos e blasfemos... O povo simples e crédulo, em geral, sente pena deles, por considerá-los, antes de mais nada, pecadores em penitência.
Todo sertanejo sabe que o lobisomem é um sujeito doente, muito pálido e meio avesso ao trabalho, fatigado nos modos e meio misteriosos nos movimentos. Não se alimenta bem, Vive quase do vento, mas não morre facilmente.
COMO SE APRESENTA?
Na mitologia brasileira, o lobisomem apresenta-se como um grande cão negro, possuidor de olhos aterrorizantes vermelhos, com orelhas e unhas enormes. Já foi visto também, lobisomens com características de porco, com o corpo todo coberto de pelos e a cara lupina com grandes caninos projetados para fora da boca.
As formas, portanto, podem variar e em Santa Catarina apresenta-se como um homem de olhos afogueados, pelo eriçado, ventre aberto e sangrando, unhas aguçadas e expele fogo pela boca.
No sertão da Paraíba é um bezerro negro, que ostenta um couro cabeludo de fazer cachos, além de cascos pequenos, olhar fuzilante e dotado de força e agilidade extraordinária. No Rio Grande do Sul apresenta-se como um cão grande. Na forma de porco é assinalado em São Francisco do Sul e em Biguaçu, na orla litorânea catarinense. No entanto, em Caçador, no oeste catarinense, é um horrendo lobisomem-dragão, com cerca de três metros de comprimento, tem dorso de dragão e formidável boca provida de agudíssimos dentes. Pelas ventas dilatadas lança um bafio nauseabundo.
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