sábado, 22 de agosto de 2009

MITOLOGIA DOS NAVAJOS.


Os Navajos (Navaho) se autodenominam Dineh, o Povo. Atualmente vivem num planalto que se estende por boa parte dos estados do Arizona, do Novo México e de Utah (é a maior reserva indígena dos Estados Unidos). É um território de imensas proporções, basicamente árido e desértico, recoberto por pequenas reservas de pinheiro de pinhão, juníperos e artemísia. Vários desfiladeiros, como o Canyon de Chelly e del Muerto, estendesse por vários quilômetros em planaltos que se perdem de vista. Formação rochosas brilhantes erguem-se do solo como monumentos descomunais ali colocados por uma antiga raça de gigantes. À primeira vista, a terra parece vazia e inóspita e a atenção então se dirige para o céu azul e sem nuvens. Parece que a mão do homem nunca tocou esse lugar. Somente mais tarde é que se percebe que o terreno aparentemente vazio, é na realidade densamente habitado, pequenos Hogans (cabanas) abrigam-se nas vertentes dos vales e reentrâncias por todos os lados, e rebanhos de carneiros materializam-se em pleno deserto.
A filosofia religiosa dos navajos é ligada a natureza, que busca a harmonia, de uma ligação entre os homens e todas as fases da natureza atuam juntos, e os seres pequenos, aparentemente insignificantes, podem tornar-se tão importantes quanto os grandes e possantes. Há um panteão navajo, mas não uma verdadeira hierarquia. Os grandes deuses, às vezes, são eclipsados por criaturas modestas e humildes que podem realizar aquilo que eles não conseguem.
Todos os poderes, como a possível exceção de Mulher que Muda, são igualmente bons e maus, dependendo de sua natureza intrínseca, do modo como são abordados, de seu humor e das condições do momento, e do contexto de sua atuação. A maioria das cerimônias tem por finalidade persuadir os deuses a outorgar dádivas à humanidade, banir o mal e restaurar a harmonia natural são imagens e rituais vibrantes, que buscam a estabelecer a harmonia do ser humano com as forças naturais a sua volta. É através desta interação que os xamãs evocam os poderes curativos da natureza, em ritos de purificação que incluem orações, cânticos e símbolos cristalizados em pinturas de areia e transmitidos de geração em geração. A cura dos navajos todo um sistema de crença (mitologia dos navajos) do paciente, liberando energia da identificação simbólica para recriar o mundo interior. Os mitos são o alicerce flexível sobre o qual os cantos de cura se assentam. Cada canto tem um mito associado, que descreve sua origem e aventuras do herói ou heroína que buscam obter dos deuses aquele canto.
Às vezes, as orações , os cânticos e as pinturas com areia, além da ação dos rituais, referem-se ao mito, mas não existem correspondências exclusiva. O mito não pode ser reconstituído a partir da cerimônia. Não é sequer exigido do xamã que ele conheça o mito do canto que dirige, embora deva conhecer detalhadamente tudo mais. É porém notável se ele dominar esse conhecimento.
Os rituais navajos organizam-se em torno do culto ao Sol. Em razão da idéia navajo de concepção, a crença de que esta é devida a uma união da luz (calor) com a água (sêmem, umidade), o Sol como símbolo de luz, calor e quentura, domina de certa maneira todos os outros espíritos e deidades. Uma vez que todas as coisas aparecem aos pares - onde um domina e outro é dominado, um é mais forte e outro mais fraco - Mulher que Muda é o equilibrador do par. Seu poder talvez seja tão grande quanto o do Sol, mas qualitativamente diferente. Mulher que Muda (Istsá Natlehi) é o grande símbolo da terra com todas as suas variaçòes sazonais, o poder da mulher de renovar a vida, o amor materno. Ela parece ter uma boa vontade consistente para com a humanidade.

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