contos sol e lua

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MAGIA E CRISTIANISMO.


SINAL DA CRUZ.
Osinal da cruz pelos cristãos não lhes pertence exclusivamente. É cabalístico e representa as oposições e o equilíbrio quaternário dos elementos. Primitivamente, havia duas maneiras de o fazer . uma reservada aos padres iniciados; a outra oferecida aos neófitos e profanos . o iniciado,levando a mão à testa (e contiuando o gesto conhecido), dizia: A TI PERTECEM: O REINO, A JUSTIÇA E A MISERICÓRDIA NOS CICLOS GERADORES .

REIS MAGOS.
Aestrela alegórica dos magos outra coisa não é senão o misterioso pentagrama; e estes três reis, filhos de Zoroastro (discípulos), guiados pela estrela flamejante ao berço do Deus microcósmico, seriam suficientes para provar as origens inteiramente cabalísticas e verdadeiramente mágicas do dogma cristão. Um destes reis é branco, outro preto e o terceiro é moreno. O branco oferece ouro, símbolo da vida e da luz; o preto oferece mirra, imagem da morte e da noite; e o moreno apresenta o incenso, emblema do dogma divino, conciliador dos dois princípios (vida e morte); depois voltam ao seu país por um outro caminho, para mostrar que um culto novo é simplesmente um novo caminho para levar a humanidade à religião única, a do ternário sagrado (Santíssima Trindade) e do irradiante pentagrama, um único catolicismo.


ORÁCULOS.
A adivinhação, que se faz pelas quatro formas elementares (através), são chamadas: aeromancia, hidromancia, piromancia e geomancia, Com efeito, os quatro elementos são simplesmente instrumentos para ajudar a segunda vista. Os temperamentos sanguíneos são mais dispostos à aeromancia, os biliosos à piromancia, os pituitosos à hidromancia e os melancólicos à geomancia. A aeromancia confirma-se pela ONEIROMANCIA ou adivinhação pelos sonhos; supre-se a piromancia pelo magnetismo (“leitura” da aura), a hidromancia pela cristalografia (“leitura” nos cristais), e a geomancia pela cartomancia. Mas a adivinhação, de qualquer modo que a operemos, é perigosa ou, ao menos, inútil, porque desanima a vontade, embaraça a liberdade e fatiga o sistema nervoso.

SOBRE O AMOR.
Pode verdadeiramente vencer a voluptosidade do amor, somente quem venceu o amor da voluptosidade. Poder usar e abster-se, é poder duas vezes. O amor vos prende pelos vossos desejos: sede senhor dos vossos desejos e prendereis o amor. Dispõe do amor dos outros quem é senhor do seu. Quereis possuir, não vos deis.
Quando a atmosfera magnética de duas pessoas é de tal modo equilibrada que o atrativo de uma aspira a expansão da outra, produz-se uma atração que se chama simpatia; então, a imaginação . se faz um poema de desejos que arrastam a vontade e produz [nas pessoas envolvidas] em embebedamento completo de luz astral, que se chama de paixão propriamente dita ou amor.
O amor é um dos grandes instrumentos do poder mágico; mas é formalmente interdito ao mago, ao menos como embebedamento ou como paixão. O amor sexual é sempre uma ilusão, porque é o resultado de uma miragem . A luz astral é o sedutor universal, figurado pela serpente do Gênese. Para apoderar-se dela, [da serpente, do amor como tipo de energia] é preciso, como a mulher predestinada, por o pé sobre sua cabeça.
A luz astral dirige os instintos animais e dá combate à inteligência. A antipatia outra coisa não é senão o pressentimento de um enfeitiçamento possível, enfeitiçamento que pode ser de amor ou de ódio, porque se vê, muitas vezes, o amor suceder à antipatia. As paixões humanas produzem fatalmente, quando não são dirigidas, os efeitos contrários ao desejo desenfreado. O amor excessivo produz a antipatia.

MORTE.

A morte é um fantasma da ignorância; ela não existe: tudo é vivo na natureza e, porque tudo é vivo, tudo se move e muda incessantemente de formas. A velhice é o começo da regeneração .O corpo é uma vestimenta da alma. Quando esta vestimenta está completamente gasta ou grave e irreparavelmente danificada, a alma a deixa .A morte não é nem o fim da vida nem ocomeço da imortalidade; é a continuação e a transformação da vida.

VERBO.
A vida se prova pelo movimento. .os desenvolvimentos da vida por si mesma e sua produção de formas novas, nós chamamos criação. A potência inteligente que age no movimento universal, chamamo-la o verbo, de um modo transcendental e absoluto.

O homem é o taumaturgo da terra, e pelo seu verbo, isto é, pela sua palavra inteligente, dispõe das forças fatais. Irradia e atrai como os astros .eis o segredo terrível que era escondido com tanto cuidado nas sombras dos antigos santuários.
Que é um princípio? É uma base de palavra, é uma razão de ser do verbo . a inteligência é um princípio que fala. Que é a luz intelectual? É a palavra o ente é o princípio, a palavra é o meio e a plenitude ou o desenvolvimento, e a perfeição do ente é o fim; falar é criar.

VERBO, FORMA E LUZ ASTRAL
Toda forma é véu de um verbo, porque a idéia, mãe do verbo, é a única razão de ser das formas. Toda figura é um caráter, todo caráter pertence e volta a um verbo. a forma é proporcional à idéia.
Todas as formas correspondem a idéias, e não há idéia que não tenha sua forma própria e particular. A luz primordial (campo de ressonância mórfica), veículo de todas as idéias, é a mãe de todas as formas e transmite-as de emanação em emanação, apenas diminuídas ou alteradas por causa da densidade dos meios. a luz astral ou o fluido terrestre, que chamamos o grande agente mágico, está saturado de imagens ou reflexos de toda espécie os quais a nossa alma pode evocar e submeter . Estas imagens sempre nos estão presentes e somente se acham apagadas pelas impressões mais fortes da realidade durante a vigília, ou pelas preocupações do nosso pensamento, que deixa nossa imaginação desatenta ao panorama móvel da luz astral. Quando dormimos, este espetáculo se apresenta por si mesmo a nós, e é assim que se produzem os sonhos.

O verbo perfeito é ternário, porque supõe um princípio inteligente, um princípio que fala e um princípio falado. A própria gramática atribui três pessoas ao verbo. A primeira é a que fala, a segunda é aquela a quem se fala, a terceira é aquela de quem se fala. O princípio infinito, ao criar, fala de si mesmo a si mesmo.

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