quarta-feira, 2 de setembro de 2009
MINHAS FLORES.
Admiradas e despetaladas, quem diria,
por uma criança, criança que eu fui um dia,
hoje amadas com amor incontido...
Pequenas maravilhas sois vós, ó flores,
para mim, que vos recordo com louvores.
Povoastes o jardim da minha infância,
poucas flores, mas de sobeja importância...
Em meio ao comum, vosso desponte majestoso,
éreis o enfeite de uma vida com pouco colorido,
uma benção para um tempo tão sofrido...
Hoje, minhas flores, relembro-vos, saudosa,
em lembranças que me invadem, carinhosas,
trazendo-me o ontem tão puro e tão distante,
num silêncio pungente que toca as emoções...
Molhadas lágrimas que me caem aos borbotões...
Ao buscar, ao procurar nas alamedas esquecidas,
nas vielas onde moram impressões esmaecidas,
tento eu, por sorte ou por algum milagre merecido,
resgatar aquelas imagens que jamais ousei apagar,
para que, num dia do futuro, as viesse recordar...
Amadas flores, brincos-de-princesa e flores-de manacá,
tanto perfume, tanta grandeza das pétalas no seu soltar,
e os buganvilles, os flamboyants e a rainha-rosa,
rainha-flor-maior e sua fragrância a se espalhar,
despetalada pela mão de uma menina feliz a brincar...
Fecho os olhos e deixo as imagens se formarem lentamente...
Lá estão elas, as mesmas flores que eu olhava docemente...
Lá estão elas, flores que eu via com olhos de criança;
hoje as vejo com olhos de mulher, mas algo mudou...
Não foram as flores, elas não, algo em mim murchou...
Não, não vou me deixar entristecer...
Cada um vive um momento em cada tempo do seu ser...
Se em menina as flores, feliz, eu despetalava,
hoje elas são por mim preservadas e defendidas,
e com elas despetalo o tempo, uno o passado ao presente,
e sinto eternizada...a Vida...
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